Por 6 a 4, Câmara de Bela Vista abre CPI contra prefeito alvo do Gaeco
O tucano Reinaldo Miranda Benites é acusado de enriquecer ilicitamente entre 2018 e 2019
Vereadores de Bela Vista, cidade a 324 quilômetros de Campo Grande, decidiram abrir CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o prefeito Reinaldo Miranda Benites (PSDB), por 6 votos a 4, durante sessão realizada na noite desta segunda-feira (29).
Votaram a favor da investigação: Fabrizia Tinoco (Podemos), Edinho Duarte (Podemos), Helenice Kalife (DEM), Diogo Murano (DEM), Bispo (PDT) e Fleitas (PP). Já Oraldino (PSDB), Geferson (PSDB), Marquinhos Lino (MDB) e Buiu (PSD) votaram contra.
Agora, a comissão tem 90 dias para investigar as denuncias apontadas pelo MPE (Ministério Público Estadual).
Mais cedo, a reportagem apurou um vídeo em que um suposto emissário da prefeitura oferece a proposta de “ganhar dezão” ao advogado autor do requerimento ao Poder Legislativo que circula pela cidade de 24.842 habitantes.
A gravação foi feita na manhã de sexta-feira (dia 26), no escritório do advogado Marcos William de Souza Pereira, morador no município há 32 anos. As imagens não mostram o rosto de quem oferece o pagamento.
O homem cita a possibilidade de o advogado ganhar “dezão”, que seria R$ 10 mil para retirar o requerimento na Câmara. Ele também menciona que os vereadores vão apoiar o prefeito. “Nós temos sete vereadores, você sabe. Essa é a oportunidade de você ganhar dezão”.
No último dia 22, o advogado reuniu informações sobre as três denúncias feitas pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) contra o prefeito, reeleito em 2020. As ações por improbidade administrativas foram protocoladas na Justiça de Bela Vista em março e abril deste ano.
Conforme a promotoria, durante as investigações iniciadas em 2017 e 2018, constatou-se um grande esquema criminoso com a participação de empresários, funcionários públicos e o prefeito de Bela Vista, com a finalidade de lesarem o erário e se enriquecerem ilicitamente. O prefeito foi alvo de duas fases da Operação Linha Marcada, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).