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Política

Presidente da CPI diz que depoimentos de ex-diretores do HC serão determinantes

Luciana Brazil e Jéssica Benitez | 12/08/2013 10:15

Os depoimentos dos dois ex-presidentes do Conselho Curador do Hospital do Câncer de Campo Grande, Blener Zan e Luís Felipe, que foram na manhã de hoje (12) até a Câmara Municipal, serão determinantes para a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde, como acredita o presidente da Comissão, o vereador Flávio Cezar (PT do B).

Os ex-diretores foram convocados para esclarecer pontos importantes na investigação. “Esses depoimentos serão determinantes. Eles (Blener e Luís) são muito ligados ao Adalberto (ex-diretor do HC) e um deles é compadre do Adalberto. Hoje é dia de tirar todas as dúvidas”, disse o vereador.

Blener esteve à frente do Conselho entre os anos de 98 e 2003. Voltou ao cargo em setembro de 2011 e permaneceu até março deste ano. Já Luís Felipe assumiu o posto em 2004 e ficou até agosto de 2011.

No início das investigações, outros integrantes do conselho já haviam prestado depoimento e confirmaram que o conselho teria sido omisso frente as manobras dos ex-presidentes.

No dia 1° de agosto, o atual diretor do hospital, Carlos Alberto Coimbra, fez várias denúncias contra o antigo conselho curador em depoimento à CPI da Saúde da Assembleia Legislativa.

Ele foi responsável pela primeira denúncia feita contra o ex-presidente do HC, Adalberto Siufi (PMDB) ao MPE (Ministério Público do Estado) em 2008. Segundo Coimbra, o médico comprou um aparelho de braquiterapia, em 2007, no valor de R$ 500 mil, sem a autorização prévia do conselho.

Ao receber o produto, Adalberto argumentou que seria necessária uma sala para comportar o aparelho, porém, o HC não tinha mais espaço, e reestruturar algum ambiente custaria R$ 100 mil. Desta forma o ex-presidente sugeriu ao conselho que o hospital o doasse à Neorad, clínica oncológica do próprio Siufi, porque lá sim haveria estrutura.

O conselho, por sua vez, aprovou o pedido. A doação só não ocorreu porque Coimbra levou a situação ao MPE acarretando, por fim, na Operação Sangue Frio. Na ocasião outras denúncias foram feitas e registradas pela comissão da Assembleia.

Segundo Luiz Felipe, o senador Delcídio do Amaral (PT) teria conseguido a verba para readequar a sala e que o pedido dessa readequação teria sido feito antes mesmo da compra do aparelho. Porém, a aquisição da máquina de braquiterapia aconteceu antes mesmo que houvesse uma resposta do senador.

Ele afirmou ainda que o aparelho foi comprado com recursos próprios do hospital. Entretanto, Coimbra disse que o HC não tinha dinheiro para comprar o equipamento e que um empréstimo deve ter sido feito.

Diante da declaração de Coimbra, Luís Felipe disse não se lembrar de como o equipamento foi adquirido pelo hospital, apesar de estar na presidência do conselho.

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