Professores reagem com gritos e guarda retira dois para evitar tumulto
Cerca de 200 professores realizam, pelo segundo dia na semana, novo protesto na Câmara Municipal de Campo Grande. Para evitar novo tumulto, a Guarda Municipal retirou um dos funcionários comissionados da prefeitura e um adolescente, que, segundo os docentes, foram uns dos causadores da confusão de ontem (4).
Na manhã de hoje, a confusão começou logo após a sessão ser aberta pelo vice-presidente do legislativo, Flavio Cesar (PTdoB). Os grevistas identificaram Elvis Rangel, que faz parte da Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais. Eles o acusaram de incitar o tumulto de terça-feira.
Rangel reagiu e os professores começaram a gritar: “retira, retira”. A Guarda Municipal foi acionada por Flavio Cesar e o retirou do plenário.
Os professores estão com cartazes e camisetas preta com a frase para cumprir a lei, que prevê o pagamento do piso nacional para jornada de 20 horas. Para isto, falta repassar o reajuste de 13,01% no piso nacional em janeiro deste ano.
Segundo o diretor da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Athaíde Oliveira, Rangel estava incitando os professores. Ele e os manifestantes começaram a trocar acusações e a gritaria fez o vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), ameaçar suspender a sessão. “É a casa do povo, todo mundo tem direito de se manifestar, mas não pode ficar sem controle”, defendeu.
Outro que foi retirado da sessão o filho de uma professora contratada do município, identificado como Talisson. Ele também esteve no meio do tumulto ontem e começou a provocar os manifestantes nesta quarta-feira.
Nesta quarta-feira, o número de guardas na segurança do legislativo foi menor. O presidente da Câmara Municipal, Mario Cesar Oliveira (PMDB), destacou que as outras 15 manifestações dos professores sempre ocorreram de forma pacífica e sem tumulto.
Ele frisou que pediu reforço na segurança para Guarda Municipal e até para a Polícia Militar, mas descartou ter solicitado agentes à paisana no prédio. Segundo os professores, os guardas sem farda iniciaram as provocações e deram início ao tumulto, que terminou com quatro professores feridos e um detido.
“Isso não pode acontecer, é a casa do povo”, destacou Mario Cesar. Ele disse que sobre a atuação da Guarda, o responsável é o prefeito da Capital, Gilmar Olarte (PP). O presidente aproveitou para criticar quem causou o tumulto. “São pessoas que vivem da crise”, destacou.