Programa eleitoral começa nas rádios e TV's sem empolgar eleitor
Veiculação teve início nesta sexta-feira (31) e prossegue até dia 4 de outubro.
Numa breve “circulada” pelas ruas de Campo Grande, na tarde desta sexta-feira (31), percebe-se que um grande desânimo toma conta da população quando o assunto é política. A propaganda eleitoral gratuita nas rádios teve início nesta sexta-feira (31), mas poucos eleitores acompanharam a programação.
Silvana Rodrigues, de 31 anos, trabalha na cantina de uma instituição de ensino superior da Capital, e representa essa “desesperança” que fica tão evidente quando se faz uma enquete nos pontos mais movimentados da cidade.
“Não temos opção. Vejo com tristeza o atual cenário da política brasileira. Sei que a propaganda nas rádios e televisões começou hoje, mas acho uma perda de tempo. Busco o histórico dos candidatos na internet e, por enquanto, penso em anular meu voto”, argumenta.
Ela disse que vem analisando os candidatos à presidência da República. “Não votarei para govenador, nem senador, sem deputado estadual e federal, só para presidente, e olhe lá. Dizem que querem inovar, mas não encontro isso nas propostas... tem muita corrupção. Tomara que encontre plano de governo digno”, espera.
Também reforça essa ideia, Diogo Cavalheiro Noveira, 51, autônomo. Ele até fica atento à política e aos candidatos, mas acredita que o cenário, atualmente, está completamente diferente dos pleitos passados.
“Tenho certeza que de cem pessoas, umas dez acompanham de verdade a propaganda, tanto no rádio quanto na TV. Me recordo que antes as pessoas vendiam o voto em troca de cesta básica. Era um absurdo porque havia envolvimento por isso. Hoje mudou, tem o lado bom, da redução da compra de voto, mas redução também do interesse do povo, infelizmente”, avalia.
A professora aposentada June Ane Barros, de 49 anos, também entende que acompanhar a propaganda eleitoral nas rádios e TV's seja perda de tempo, de forma geral, mas não deixa de pesquisar as propostas dos candidatos ao Governo de Mato Grosso do Sul.
“São os que mais me preocupam, pois o governador é quem dá aval, decide, “bate o martelo”. Ainda estou avaliando os nomes que disputam as outras vagas. Eu não vejo os programas, mas sempre que posso pesquiso o histórico dos políticos, para saber sobre seu passado, se tem ficha limpa. Acho que essa prática deveria ser estimulada também pelas mídias”, sugere.
Já bastante engajado na política, o empresário Alexandre Justino, de 38 anos, é uma exceção entre tantas personagens entrevistadas neste dia de “estreia” de programas eleitorais.
“Sempre que consigo escuto ou assisto. Acho muito importante conhecer as propostas, a linha que os candidatos defendem. Nosso voto é muito importante. Sei que está difícil e que as pessoas estão “apolíticas”, com aversão aos candidatos. Mas busco sempre pesquisar para ter embasamento e decidir no dia 7 de outubro.
Regras - Durante o primeiro turno, o conteúdo político será veiculado até 4 de outubro, três dias antes de os eleitores comparecerem às urnas. No total, serão 35 dias de propaganda – dez a menos que antes da aprovação da Reforma Eleitoral de 2015 (Lei 13.165/2015).
Em casos em que haja segundo turno, a veiculação será retomada no dia 12 de outubro, ou seja, na primeira sexta-feira após o primeiro turno. Serão mais 15 dias até o dia 26 de outubro – dois dias antes dos eleitores voltarem às urnas.
Às segundas, quartas e sexta-feiras, os programas serão para os candidatos ao Senado, deputado estadual e governador, que vão expor as propostas na televisão das 12 horas às 12h25 e, depois, das 19h30 às 19h55. Terças, quintas e sábados, será a vez dos candidatos aà presidente da República e deputados federais.
No rádio, são os mesmos dias, mas em horários diferentes. Das 6 horas às 6h25 e das 11 horas às 11h25. Ao todo, o tempo dedicado para candidatos ao governo é de nove minutos; para o Senado são sete e deputados (estaduais) nove minutos também.