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Política

Quociente eleitoral derrubou 2 dos vereadores mais votados

Ademir Santanta (PSDB) e Francisco Carvalho (PSB) deixam a Câmara e entram na suplência, mesmo estando entre os mais votados

Silvia Frias | 16/11/2020 09:43
Vereadores melhorar a performance nas urnas, mas, não levaram (Foto: Câmara Municipal)
Vereadores melhorar a performance nas urnas, mas, não levaram (Foto: Câmara Municipal)

Nem sempre o mais votado leva a eleição, reflexo do quociente eleitoral, usado na disputa por cargos proporcionais (vereadores, deputados estaduais e federais). Em Campo Grande, dois deles foram afetados diretamente pela regra e, agora, estão na suplência.

O quociente eleitoral é o número de votos que partido precisa ter para conquistar vaga de vereador ou deputado. Este número depende da soma dos votos conquistados pela leganda e de todos os candidatos.

Um exemplo: se o quociente de cidade for 10 mil e o partido obteve 30 mil na soma totol, essa legenda elegerá três vereadores. Com isso, “puxa” candidato com menor voto, derrubando outros que tiveram maior votação, porém, o partido não alcançou o quociente.

Um dos afetados pela regra é o vereador Francisco Gonçalves de Carvalho, o Veterinário Francisco (PSB), que deixa a Câmara Municipal após seu primeiro mandato. Nesta eleição, obteve 4.223 votos, até acima dos 3.005 votos que o elegeram no pleito anterior.

Apesar da melhora na performance nas urnas, não levou. Obteve mais votos que outros 25 eleitos, mas, será o primeiro suplento do partido para mandato 2021-2024.

No seu perfil, o vereador tem com principal bandeira de atuação a causa animal, tema que não ficará sem representante na próxima legislatura: o novato André Fonseca (Rede) é médico veterinário e defende a mesma pauta.

Outro que ficou entre os mais votados, mas, também não levou é Ademir Santana (PSDB), que obteve 4.118 votos, mas ficou de fora da composição na Câmara Municipal de Vereadores. Também ficou para suplente. No pleito anterior, foram 3.942 votos.

Este ano, o nome de Santana ficou em evidência, mas não pelo desempenho legislativo e, sim, por ter sido investigado na 5ª fase da Operação Omertà, a “Snowball”.

Essa etapa apura crimes de extorsão armada, agiotagem e lavagem de dinheiro atribuídos a integrantes da organização criminosa alvo da investigação.

Santana, conforme a peça inicial da medida cautelar protocolada na Justiça, fazia parte do esquema e chegou a transportar vítimas de cobranças de dívidas com a quadrilha para local onde foram ameaçadas sob mira de arma, na casa do empresário Jamil Name, que está preso há um ano junto com o filho, Jamilzinho, como chefes do grupo fora da lei.

A reportagem tentou contato com os dois vereadores, mas eles não retornaram às ligações.

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