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Política

Reinaldo propõe fechar a fronteira contra tráfico de drogas e armas

Governador relaciona gastos milionários principalmente com os presos do crime organizado

Marta Ferreira | 16/01/2018 10:42
O governador Reinaldo Azambuja defende o fechamento da fronteira no combate ao crime. Foto: Marcos Ermínio
O governador Reinaldo Azambuja defende o fechamento da fronteira no combate ao crime. Foto: Marcos Ermínio

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) defende, em artigo publicado hoje no jornal Folha de S. Paulo, o fechamento da fronteira contra o tráfico de armas e drogas. “Nossa proposta é atacar o problema em sua raiz. Coibir a entrada de drogas por nossas fronteiras é muito mais eficaz do que mobilizar as forças de segurança para a apreensão nos centros consumidores”.

Para Azambuja, que está em período de férias, o Brasil precisa de nova política de segurança pública, buscar uma estratégia que possa quebrar os elos da criminalidade, compreendendo que os custos de manutenção da atual massa carcerária, em apenas sete meses, seriam suficientes para construir um novo presídio. É preciso haver ações sociais”, diz. Reinaldo volta a bater na tecla no combate a superpopulação carcerária, “causada pelo recrudescimento da violência, que tem como suas causas principais o tráfico de drogas e de armas”.

E, segundo ele, o “problema não se resume à falta de vagas em presídios, no caso de Mato Grosso do Sul. Em seis anos, de 2012 a 2017, as apreensões de drogas realizadas pela Polícia Militar, Polícia Civil e o Departamento de Operações de Fronteira (DOF) do Estado saltaram de 87 para 427 toneladas.

O governador faz comparação: “se todos os policiais deslocados para vigiar as fronteiras estivessem nas ruas das cidades, certamente as estatísticas de furtos, roubos e homicídios não seriam tão alarmantes”.

De um lado, a ação policial, lembra Reinaldo, impediu que grande volume de drogas chegasse às regiões metropolitanas. De outro, o número de presos, incluindo sentenciados por tráfico de armas e outros crimes transnacionais, chegou a 7.246, elevando a população carcerária para 16.224 presos, cumprindo pena em um sistema com capacidade para 7.327 condenados.

“Cerca de 40% dos presos custeados pelo Estado foram sentenciados por crimes federais. Essa massa carcerária custa a Mato Grosso do Sul R$ 127,3 milhões ao ano”, revela o governador.

Para o chefe do executivo de Mato Grosso do Sul, a construção de presídios “não é uma solução definitiva, por uma razão muito clara. Nossas fronteiras estão escancaradas, potencializando o Estado como corredor do narcotráfico. Os altos índices de crimes não resultam só no estrangulamento do sistema carcerário, mas contribuem também para a hipertrofia do sistema judiciário”.

Reinaldo Azambuja reconhece que o Estado está impossibilitado de conduzir sozinho esse problema, tolhido de desenvolver políticas públicas essenciais ao desenvolvimento social porque tem de cobrir despesas de manutenção do sistema carcerário, impondo ao cidadão das fronteiras a exclusão e deixando a população refém de grupos criminosos que, na ausência do Estado, estabelecem suas “leis”.

Para o governador o governo federal tem que reconhecer a condição do Estado de corredor do tráfico diverso, já que faz fronteira com país produtor de maconha e com outro produtor de cocaína. Nas duas fronteiras, com Bolívia e Paraguai, afloram outros crimes, como contrabando de mercadorias e tráfico de armas, que disseminam os roubos e homicídios.

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