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Política

Reinaldo reafirma corte em ponto de grevistas e mantém plano de reforma

Richelieu de Carlo e Mayara Bueno | 16/03/2017 09:38
Reinaldo Azambuja concede entrevista durante agenda pública na manhã desta quinta (Foto: Mayara Bueno)
Reinaldo Azambuja concede entrevista durante agenda pública na manhã desta quinta (Foto: Mayara Bueno)

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), reafirmou que vai descontar o dia não trabalhado do salário de professores da rede estadual, que não deram aula ontem para participar dos protestos contra a reforma da Previdência, dentro de uma manifestação em nível nacional. Além disso, ressaltou que a discussão no âmbito federal não afeta os planos para a reforma previdenciária dos servidores sul-mato-grossenses.

“Já tinha avisado que iria cortar o ponto e vai ser feito isso”, disparou Reinaldo, durante agenda pública, na manhã desta quinta-feira (16). “É legítima qualquer manifestação, mas não uma paralisação que prejudica os alunos. Cumprimos religiosamente nosso compromisso com os pagamentos em dia. Além disso, temos o melhor salário do país”.

Ele diz esperar que a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) reveja a paralisação e que os professores retornem às aulas.

Nesta quarta-feira (15), protestos contra a reforma da Previdência ocorreram em todo o Brasil. Profissionais de diversos setores fizeram parte das manifestações, encabeçadas principalmente pelos profissionais da educação. Poucas escolas da rede estadual mantiveram normalmente as aulas.

Reinaldo diz que não entra no mérito das manifestações, mas que vê a questão da reforma da Previdência como algo necessário, tanto em Mato Grosso do Sul como no País. “A Previdência do que jeito que está não dá para continuar”, defende.

A reforma previdenciária dos servidores estaduais ainda está em fase de estudos na Ageprev-MS (Agência de Previdência do Mato Grosso do Sul), conforme Azambuja. Ele salienta que a discussão nacional não vai afetar nos planos para a reestrutura local, que deve ser enviada ao Legislativo até o fim deste mês.

“Precisamos de um equilíbrio na previdência. A taxa de natalidade está menor, enquanto a expectativa de vida está maior, o que causa um desequilíbrio. É necessária uma revisão previdenciária em todo país, assim como vamos encaminha mudança aqui em MS, independente do avanço da discussão nacional. Senão, daqui a alguns anos, não conseguiremos pagar”, finaliza Reinaldo.

Milhares de pessoas protestaram no centro da Capital, ontem. (Foto: André Bittar)
Milhares de pessoas protestaram no centro da Capital, ontem. (Foto: André Bittar)

Protesto - Em Mato Grosso do Sul, apenas as escolas Amélio de Carvalho Baís, Lúcia Martins Coelho, Luísa Vidal Borges Daniel, CEEJA Ignês de Lamônica Guimarães e Coração de Maria tiveram aulas normalmente. Na escola Advogado Demonsthenes Martins, as aulas foram interrompidas apenas no período da manhã. Ambas ficam em Campo Grande.

Os protestos contra a reforma da Previdência ocorrem em todo o país na quarta-feira. Na capital sul-mato-grossense, os atos iniciaram com 600 pessoas em frente à ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública). Representantes da associação estimam que 10 mil trabalhadores foram às ruas do centro da Capital. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público.

Os protestantes se dispersaram pouco depois das 10h30, quando um grupo, estimado em 600 pessoas, foi para frente do condomínio Damha, na região leste da cidade, onde mora o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), relator da reforma previdenciária na Câmara dos Deputados.

Sem previsão de retomar as aulas, as escolas municipais e estaduais continuam fechadas nesta quinta-feira (16), segundo dia de paralisação realizada pelos professores contra a Reforma da Previdência proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB).

De acordo com o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Botareli César, a greve não tem data para terminar. “Vamos avaliar em assembleia no domingo às 9h se a paralisação continua”, diz Botareli.

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