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Política

Riedel fala de fronteira e cita acordo de Nhanderu Marangatu em evento em SP

Governador participou de painel sobre coalização governamental e soluções para a segurança pública

Por Cassia Modena e Guilherme Correia, de São Paulo (SP) | 11/10/2024 13:31
Eduardo Riedel falou em painel com outros três governadores, nesta manhã (Foto: Guilherme Correia)
Eduardo Riedel falou em painel com outros três governadores, nesta manhã (Foto: Guilherme Correia)

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), participou nesta manhã (11) do Encontro de Líderes Comunitas, no São Paulo (SP), que discute a segurança pública no País.

Em painéis com outros três governadores e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino, ele destacou o combate ao crime organizado nas fronteiras do Estado e também citou o acordo milionário que vai indenizar fazendeiros e demarcar o Território Indígena Nhanderu Marangatu, onde morreu assassinado o líder Marçal de Souza.

Riedel primeiro apresentou dados sobre a fronteira de Mato Grosso do Sul com Paraguai e Bolívia e posicionou o Estado como um "hub logístico, para o bem e para o mal". Com relação à parte negativa, falou de investimentos para o combate ao narcotráfico e concordou com Dino sobre a necessidade de maior integração com a União e mais esforços para isso.

"O ministro mencionou a Polícia Federal, as Forças Armadas e a União que se faz presente dentro das possibilidades dela, mas aquém dessa demanda ou necessidade", disse. Ele reconheceu que investimentos em tecnologias e estratégias têm sido feitos para barrar o transporte ilegal de drogas, mas que "à medida que o estado se organiza, as organizações criminosas também se reorganizam".

Ao falar sobre Mato Grosso do Sul, o ministro do STF e ex-ministro de Segurança Pública no governo Lula (PT), lembrou que o Estado é um dos pontos sensíveis no Brasil e frisou que parceria com o Exército tem bons resultados. "[É preciso] cuidar bem das nossas fronteiras e só há, a meu ver, dois caminhos: nós temos 16 mil quilômetros de fronteira, 12 mil quilômetros são federais, em uma quadra nacional específica. Federalmente, limitada civil ou não, não há outro caminho", concluiu Dino.

Participaram também do evento os governadores Mauro Mendes (União), de Mato Grosso, Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Ronaldo Caiado (União) de Goiás, e Helder Barbalho (MDB), do Pará.

Nhanderu - Ao falar da Terra Indígena, o governador de Mato Grosso do Sul fez elogio à atuação de outro ministro do STF. "Eu acho que o ministro Gilmar Mendes conseguiu um feito, a partir de ativismo [judiciário], muito grande na semana passada. É o primeiro pagamento de um território indígena, 25 anos de demanda judicial. Era 'proibido' falar em pagamento", falou.

Riedel também relacionou as fronteiras do estado à presença indígena. A Nhanderu Maragatu é uma das que está próxima do Paraguai.

Segundo o governador, a região no país vizinho que fica perto da Terra Indígena possui problema de outra vertente, que é a plantação de maconha.

"Eles estão na fronteira. Esse território em específico é um planalto alto e a inteligência mostra que você resolve um problema, mas está a quatro quilômetros das plantações de maconha do tráfico do Paraguai. E aí, o território está na fronteira e se forma um campo muito mais complexo do que se imagina. A complexidade é grande; não se resolve esse problema de uma única vertente. São várias frentes de trabalho e, no longo prazo, é necessário um investimento permanente e inteligente", finalizou.

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