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Política

Saiba o que pensa a bancada de MS sobre a polêmica do voto impresso

Proposta foi rejeitada em comissão especial da Câmara, mas mesmo assim será discutida em plenário

Gabriela Couto | 06/08/2021 11:32
Colocadas em xeque, urnas eletrônicas podem ter alterações para Eleições 2022, se PEC for aprovada. (Foto: Divulgação)
Colocadas em xeque, urnas eletrônicas podem ter alterações para Eleições 2022, se PEC for aprovada. (Foto: Divulgação)

Apesar da comissão especial da Câmara dos Deputados ter rejeitado por 23 a 11 a tramitação da PEC (Projeto de Emenda Constitucional) do Voto Impresso, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP), deve levar o projeto para votação no Plenário.

O Campo Grande News repercutiu com a bancada federal de Mato Grosso do Sul, o posicionamento de cada parlamentar na votação. São contrários à proposta Fábio Trad (PSD), Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT). A favor, os bolsonaristas Luiz Ovando (PSL), Loester Trutis (PSL).

Já os três deputados do PSDB Beto Pereira, Bia Cavassa e Rose Modesto não responderam a pergunta. Nacionalmente, o partido se posiciona contrário a PEC. Mas os deputados têm autonomia de decidir se seguem ou não a sigla.

Participando da comissão especial, Fábio Trad diz que o voto impresso é retrocesso. “Deu a lógica aqui na Comissão Especial. A lógica da democracia, a lógica da estabilidade constitucional, a lógica da confiança nas instituições democráticas, a lógica da racionalidade e do equilíbrio, a lógica da verdade e da boa-fé no debate político.”

Já Trutis alega que o voto impresso é uma segurança a mais ao cidadão em frente à urna. “O voto impresso nada mais é do que um acréscimo de segurança na possibilidade de auditoria do processo eleitoral. Quanto mais seguro for o peito, melhor”, destacou.

No entanto, Dagoberto justifica que voltar ao papel é uma discussão oportunista. “Isso é um retrocesso absurdo, uma cortina de fumaça em meio a verdadeira crise que deveria ser enfrentada, a gerada pela pandemia", considerou o parlamentar.

Representante do PT, Vander argumentou que a proposta de canhoto impresso nada tem a ver com preocupação com transparência nas eleições. “Pelo contrário, é parte de um movimento para tumultuar o processo eleitoral de 2022. Por isso, é tão defendida pelos bolsonaristas. Faz parte da estratégia de criar uma narrativa para contestação em caso de derrota, afinal, todas as pesquisas mostram o Lula com ampla vantagem. Vão alegar fraude, da mesma forma que o Trump fez quando perdeu nos EUA.”

Ele acredita que o presidente da Casa, Arthur Lira, não vá desrespeitar a decisão da comissão especial. “O jogo foi jogado dentro das regras democráticas e do regimento da Câmara, portanto, a decisão precisa ser respeitada. E se for a plenário, acredito que temos maioria para derrotar a proposta”, ponderou.

Já Ovando está otimista com a possibilidade de vencer no Plenário. “O Brasil precisa fechar as brechas para evitar fraudes na votação eletrônica, cujo sistema é violável, segundo relatório do próprio TSE e STF. Nossa expectativa é que o presidente Arthur Lira leve o tema para ser amplamente discutido e votado em plenário, pois aí sim, valerá o voto dos 513 deputados.”

Senadores – Se aprovado na Câmara dos Deputados, o texto seguirá para apreciação do Senado. Dentre nossos três representantes, também há divergências de opiniões. A senadora Soraya Thronicke (PSL) é a favor do voto impresso.

“Vejo a PEC como uma possibilidade de torná-lo auditável para garantir ainda mais segurança e confiança por parte da população brasileira no processo eleitoral do Brasil. Penso que essa é uma demanda de boa parte da população e, por isso, estou plenamente de acordo”, afirmou.

Já Simone Tebet (MDB) defende a segurança das urnas eletrônicas e disse que, quando jovem, teve conhecimento de fraude em uma eleição municipal, quando o sistema ainda era em voto impresso. “Eu vi uma eleição ser fraudada porque pegaram as cédulas em branco e mexeram ali e o candidato que dormiu prefeito, acordou, no dia seguinte, em 2º lugar.”

A senadora afirma que após muitos esclarecimentos, formou convicção a respeito da segurança das urnas eletrônicas. “Acho que o nosso Brasil não precisa se preocupar com isso”, disse, defendendo que a beleza da democracia é a alternância de poder. “Aquele que for derrotado, tem que aceitar o resultado das urnas”. Para Simone, o voto é a representação da soberania é popular.

Nelsinho Trad (PSD) acredita que a matéria dificilmente chegue ao Senado pelo resultado que teve na comissão especial da Câmara dos Deputados. “Eu sou a favor de buscar um caminho alternativo. Quando foi instituída a biometria, foi pausada, gradual e planejada. Voltar atrás, acabar com a urna eletrônica e voltar atras de um voto impresso puro e simplesmente não é o caminho. Mas que pode ser acoplado um comprovante e que poderá ser auditado, desde que houver algum questionamento naquela sessão, não vejo nada de ruim, vejo que é uma evolução para garantir a segurança e a contraprova”, explicou.

Ele afirma que a forma como foi encaminhada a discussão, é que está gerando polêmica. “Haveria que ter, na minha avaliação, e estou procurando falar com as lideranças do Senado, um entendimento entre os dois poderes, o Judiciário e o Executivo. Vamos organizar um planejamento até porque precisa de recurso. Vamos organizar de forma segura e sem atropelo e que possa garantir segurança no pleito. Se não der para fazer nessa eleição, não tem problema, vamos fazer igual foi a biometria. Estou suplicando que os poderes dialoguem. Nosso inimigo é o coronavírus. Tem que se unir para causas mais importantes para a população. Quem não é do ramo da política está pouco se importando com isso.”

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