Sem Marun, nenhum deputado de MS declara apoio à reforma da previdência
Quatro deputados não anunciaram seus votos em projeto que deve começar a tramitar nesta semana; único voto favorável, Marun vira ministro em alguns dias
Se depender da bancada de Mato Grosso do Sul em Brasília, a reforma da previdência proposta pelo governo do presidente Michel Temer não vai passar. Isso porque, dos deputados que já declararam voto, três são contra a proposta e apenas um se manifestou a favor –justamente aquele que pode não acompanhar o fim da votação. Dos demais, um não respondeu e três se manifestam até aqui como indecisos.
Dagoberto Nogueira (PDT), Zeca do PT e Vander Loubet (PT) votarão contra a reforma da previdência. Carlos Marun se manifestou totalmente favorável ao texto. Geraldo Resende (PSDB) até aqui não respondeu aos questionamentos. Já Tereza Cristina (sem partido), Elizeu Dionizio (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) seguem indecisos.
Há uma semana, a reportagem do Campo Grande News vem contatando os parlamentares federais sul-mato-grossenses em busca de uma posição sobre a proposta de reforma da previdência. Zeca, Vander e Dagoberto anteciparam os votos contrários e a realização de pressão contra o projeto.
A intenção dos deputados, seja pela posição política contrária à mudança ou falta de diálogo com o Planalto para alterar trechos da proposta, é rejeitar o texto e pressionar outros parlamentares ainda indecisos a seguir essa orientação. Para tanto, apostam na pressão de centrais sindicais e outras organizações no Congresso e nas bases dos deputados.
A favor – O único voto declarado em favor da proposta é de Carlos Marun, que até quinta-feira (14) deve tomar posse como ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República. O deputado já viajou com Temer neste fim de semana para a Argentina, para reunião do Mercosul, sendo oficialmente convidado para migrar rumo à Esplanada dos Ministérios.
Vice-líder do governo na Câmara, Marun foi um dos primeiros deputados a anunciarem voto pela reforma, e deve, nesta semana, participar das discussões iniciais que visam a colocar a matéria em votação –o que deve ocorrer na semana que vem.
O voto “substituto” de Marun ainda não foi oficializado. Primeiro suplente, Fábio Trad (PMDB) aguarda a confirmação da posse do novo ministro e sua posterior convocação para assumir o mandato – o que pode levar até três dias, adiando a posse para o meio ou o fim da votação da reforma. Assim, ele prefere não se manifestar no momento sobre questões do Congresso.
Indecisos – Procurado via assessoria e por ligações, Geraldo Resende não manifestou até o momento sua posição sobre a reforma da previdência – em reportagem do jornal O Estado de São Paulo divulgada na internet nesta segunda-feira, ele está entre os deputados que se recusaram a responder a questão.
Seu colega de bancada, o também tucano Elizeu Dionizio está, conforme a reportagem apurou, no grupo de indecisos – a expectativa é de que ele se manifeste sobre a proposta até quinta-feira (14), quando terá retornado de missão oficial nas Nações Unidas (em Nova York, nos Estados Unidos).
No caso dos parlamentares tucanos, há uma pressão interna vinda do governador paulista e novo presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, para que o partido apoie a reforma da previdência. No entanto, a cúpula do partido tem enfrentado resistências para emplacar o texto entre os filiados.
Tereza Cristina e Mandetta também estão indecisos. O parlamentar do DEM já havia antecipado a disposição de estudar o tema até antes da votação, a fim de apurar mudanças aplicadas no texto final a pedido dos tucanos, antes de emitir um juízo.
Há uma semana, congressistas ouvidos pelo Campo Grande News afirmaram que a reforma da previdência enfrenta dificuldades para avançar por conta das negativas do Governo Temer em ouvir todos os partidos a fim de adequar o texto, bem como por temores sobre o desgaste eleitoral causado por uma medida extremamente impopular. Muitos deputados serão candidatos em 2018, e mostram relutância em verem os nomes atrelados a um projeto que enfrenta resistência nas ruas.
Como votam os deputados de MS na reforma da Previdência:
Carlos Marun – SIM
Dagoberto – NÃO
Elizeu Dionizio – indeciso
Geraldo Resende – não se manifestou
Mandetta – indeciso
Tereza Cristina – indecisa
Vander Loubet – NÃO
Zeca do PT – NÃO