Senadora entrega à PF perícia que revela 15 edições em vídeo falso com voz dela
Soraya Thronicke (PSL) acredita que montagem é ataque de criminosos contra força da fusão do DEM e PSL
Está nas mãos da Polícia Federal o parecer da perícia feita em vídeo falso que usa recortes de áudios e foto da senadora Soraya Thronicke (PSL), vítima de fake news. A senadora entregou o documento hoje (26), na Superintendência Regional da Polícia Federal, em Campo Grande.
A perícia, contratada pela senadora, revela que o vídeo tem recortes com diversos áudios da voz dela e 15 pontos editados para fazerem o ouvinte acreditar que a parlamentar estaria pedindo que fossem feitos ataques contra a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.
Soraya tem recebido mensagens de diversas pessoas apontando suspeitos da criação e disseminação do vídeo falso. Segundo a senadora, os trechos manipulados são de áudios que ela trocou com várias pessoas e de entrevistas concedidas à imprensa.
Apesar de não ser candidata nas próximas eleições, a senadora tem papel importante nos rumos da política e acredita que isso tem motivado ataques contra ela.
“Foi tudo montado com finalidade eleitoral. Estou coordenando a fusão do PSL (Partido Social Liberal) e DEM (Democratas) em Mato Grosso do Sul e isso está deixando pessoas descontentes. Espero que a Polícia Federal e a Justiça acabem com essa fábrica de fake news”, disse.
Soraya classifica o crime como uma violência política contra a mulher e terrorismo cibernético.
Ela revelou que no dia 15 de agosto do ano passado, seu escritório de apoio foi invadido. "Não tinha câmeras, quebraram a porta, mas não levaram nada. A polícia recomendou que eu denunciasse e reforçasse a segurança. Agora, vejo que já era um aviso, mas não vou me curvar”, declarou.
Revoltada com a situação, a senadora argumentou em documento sigiloso, que o Campo Grande News teve acesso, que pesquisas comprovam que notícias falsas se espalham 70% mais rapidamente do que as verdadeiras.
“Tem gente que passa mais tempo nas redes sociais do que trabalhando”, desabafou a senadora em entrevista.
No documento, ela classifica os autores do vídeo como integrantes de “organização criminosa”.
“Mais que extrapolar a liberdade de expressão, os fatos aqui descritos revelam condutas praticadas por uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos bem definidos de produção e publicação, com a nítida finalidade de atentar contra mim para criar um ambiente político desestruturado e divorciado da realidade”, diz trecho do laudo pericial, contendo 22 páginas, detalhando cada edição do vídeo falso, assinado pelo perito forense Duílio Gagliardi Rolandi.