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Política

Simone deixa disputa pelo comando do Senado e reforça não apoiar Renan

Senadora de MS perdeu por apenas dois votos queda de braço contra senador alagoano e promete voto em grupo “anti-Renan”

Humberto Marques | 31/01/2019 20:02
Simone afirma que vai abrir seu voto e nega apoio a Renan Calheiros que, para ela, não levará paz ao Senado. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado/Arquivo)
Simone afirma que vai abrir seu voto e nega apoio a Renan Calheiros que, para ela, não levará paz ao Senado. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado/Arquivo)

A senadora Simone Tebet perdeu, por 7 votos a 5, a disputa com o correligionário Renan Calheiros (AL) para indicação do candidato do partido para concorrer à presidência do Senado. A decisão foi tomada há pouco, em Brasília. Simone, porém, já antecipou que não votará em Renan, por considerar que o parlamentar –que já presidiu a Casa– não dará ao parlamento a paz necessária. Esta posição já havia sido anunciada antes da disputa interna no partido, sendo mantida depois da votação.

Renan fechou a votação com maioria apertada dos 12 votos da bancada –Jarbas Vasconcelos (CE) não participou da reunião–, suficiente, porém, para legitimar sua posição. Em seu quarto mandato, o alagoano já presidiu o Congresso em quatro oportunidades.

Simone, por sua vez, trabalhava para ser a primeira mulher a comandar o Senado, participando de articulações com outros candidatos para compor uma frente “anti-Renan”. Ao final da votação, embora derrotada, ela considerou a discussão interna uma vitória, já que, pela primeira vez, a decisão saiu “na hegemonia do voto”.

“Marquei uma nova era dentro do partido. Isso (votação) nunca tinha acontecido, a hegemonia nunca foi pelo voto, sempre era pela pressão. Por isso, me sinto uma vitoriosa”, disse ao Campo Grande News, por telefone. “Fui até o final apesar de todas as pressões”.

Ela lembrou que Renan é “alguém que conhece todos os trâmites da Casa, oferece tudo o quanto é comissão, enquanto cinco aliados não me pediram absolutamente nada, queriam outro Senado, forte, protagonista, e sem trazer para dentro problemas judiciais” –referência ao fato de o senador alagoano já ter sido alvo de denúncias no passado e mais recentemente, a última delas, divulgada pela Folha de S. Paulo nesta quinta-feira, apontou discussões entre ele e representantes do Grupo J&F (controlador da JBS) sobre indicações de cargos para o governo de Dilma Rousseff (PT).

Pacificação – Simone também reiterou manter a posição de não apoiar a eleição de Renan, defendendo inclusive a votação aberta para o comando do Senado, contra a maioria do partido (apoiadora do sigilo).

“Vou declarar e não voto em Renan. Havia dito isso desde antes, não porque perdi (a indicação). Neste momento o Senado precisa de paz, e ele não traz essa paz para o Senado cumprir o seu papel de servir o Brasil, aprovar projetos importantes, garantir que boas propostas sejam aprovadas. Imagine se cada vez que vier um problema (contra ele) tudo parar por conta do presidente?”, disparou a senadora.

Simone lembrou que, embora esteja fora, há outros sete candidatos na corrida pelo Senado, incluindo os parlamentares contrários a Renan. Por esse motivo, decidiu não lançar sua candidatura avulsa. “Iria atrapalhar a eles e é meu interesse a renovação, não presidir. Fui candidata por ser ‘anti-Renan’”, afirmou, reiterando ainda não ter decidido em quem votará.

São candidatos ao comando do Senado Álvaro Dias (Podemos-PR), Ângelo Coronel (PSD-BA), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Esperidião Amin (Progressistas-SC), José Reguffe (sem partido-DF), Major Olímpio (PSL-SP) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).

A senadora de Mato Grosso do Sul também descarta compor integrar alguma das chapas, com cargos na Mesa Diretora, e disse que passou a Eduardo Braga (AM) a liderança do MDB na Casa. “Sou senadora do MDB, mas sempre com independência, agora não sou mais a líder”.

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