Simone faz reuniões para detectar “fogo amigo” e confirmar candidatura
Senadora tem série de encontros com lideranças e aliados para desmentir que desistiu da disputa pelo Executivo e identificar se informação saiu do MDB
A senadora Simone Tebet (MDB) manteve sua candidatura ao governo de Mato Grosso do Sul, lançada pelo partido depois de o governador André Puccinelli –preso durante a Operação Lama Asfáltica– não conseguir na Justiça habeas corpus. Em uma série de reuniões na tarde desta sexta-feira (3), inclusive com o intuito de detectar se há “fogo amigo” na legenda, ela tem reiterado junto a aliados a manutenção do plano, mesmo diante da avaliação de alguns integrantes de seu grupo de que a candidatura “muda completamente” a estratégia eleitoral.
O projeto eleitoral foi referendado, primeiro, em reunião na casa da parlamentar, no Centro de Campo Grande, na presença de deputados estaduais e lideranças do interior e, depois, junto a outros militantes que, neste sábado (4), participam da convenção da legenda, na Associação Nipo-Brasileira. Na sequência, ela falará ainda aos pré-candidatos do partido e das legendas aliadas.
As reuniões foram convocadas para desmentir comentários de que Simone pretendia desistir da disputa. Segundo o prefeito emedebista Waldeli Rosa, de Costa Rica –a 305 km de Campo Grande–, que esteve na casa de Simone, o primeiro encontro visou a tranquilizar lideranças “para fazer o anúncio de que sim, ela é pré-candidata na disputa ao governo”, bem como detectar se houve alguma informação saída do MDB relatando sobre a desistência. Ao final, entendeu-se se tratar de “fake news”, segundo ele.
Também participaram do encontro o senador e primeiro vice-presidente regional do MDB, Waldemir Moka, e os deputados estaduais Antonieta Amorim, Márcio Fernandes e Renato Câmara –pela manhã, Moka e Câmara estiveram no grupo que visitou Puccinelli no Centro de Triagem Anizio Lima.
Câmara teve o nome lembrado para a vaga de vice de Simone, projeto que o deputado estadual refutou. Waldeli, por seu turno, disse ser “um pouco arriscado” apostar na indicação do parlamentar. O prefeito costa-riquense destacou, contudo, que a decisão do vice sairá ainda nesta sexta-feira, a ser homologada na manhã de sábado.
Mudança de jogo – Waldeli avalia que a troca de Puccinelli por Simone “não abalou” o MDB e os aliados, porém, “mudou completamente a estratégia do partido, pois são candidatos com ideologias diferentes e cenários diferentes”.
O prefeito destaca que o fato de Simone ser a única mulher inscrita na disputa pelo Executivo pode atrair votos. “A aceitação das mulheres tem sido muito mais forte na política, com elas mais presentes”. Da mesma forma, destacou que isso “muda um pouco a maneira de conduzir a campanha”.
Ainda segundo Waldeli, ele foi sondado para coordenar a campanha de Simone, repetindo convite do partido de que houve, também, em relação à candidatura de Puccinelli. Ele respondeu, mais uma vez, que tem responsabilidades com a prefeitura e, por isso, declinaria da missão.
A intenção nesta tarde é de reunir na sede do MDB ao menos a maioria dos 16 prefeitos do partido em torno de Simone e gerar uma mobilização para a convenção e em torno da consolidação de alianças. “Serão 24 horas muito intensas”, destacou ele. Os encontros no partido são comandados por Moka e pelo ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo da Presidência da República).
Contra o tempo – Na chegada ao MDB, Simone destacou que sua candidatura surgiu “em cima de um fato que aconteceu com o candidato principal, o nosso principal nome”. Como consequência, destacou que as tratativas com os partidos que serão mantidos ou chegarão à aliança começam agora.
A senadora destacou que entra na disputa sem ter passado pelo processo de pré-campanha, na qual o MDB realizou vários eventos pelo Estado apresentando Puccinelli como candidato. Ainda assim, atendeu ao pedido para assumir o projeto. “Coloquei o nome à disposição e só o partido vai tirar, que é o que vai ser decidido na convenção”, garantiu. Antes, porém, pretende justamente conversar com os militantes para fechar a questão em seu redor.
Simone também previu uma agenda corrida até a convenção no sábado. Até o início do evento, espera reunir todos os aliados anunciados –inclusive os que sinalizaram negociar apoio ao PSDB após a prisão de Puccinelli.
Matéria alterada às 15h55 para acréscimo de informações