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Política

Siufi considerou "desastrosa" tentativa de cooptá-lo para base de Bernal

Josemil Arruda | 14/12/2013 11:06
Siufi considera que Bernal está buscando aliados no lugar errado (Foto: arquivo)
Siufi considera que Bernal está buscando aliados no lugar errado (Foto: arquivo)

O vereador Paulo Siufi (PMDB) considerou que foi “desastrosa” a tentativa do prefeito Alcides Bernal, através de seus articuladores políticos, de tentar cooptá-lo para a base de apoio na Câmara de Campo Grande. Indagado se foi desastrosa as cedências feitas para seu gabinete, sem consultá-lo antes sobre elas, Siufi declarou: “Sua palavra está certa. Foi desastrosa. É isso mesmo”. Ontem, o peemedebista encaminhou ofício ao prefeito pedindo anulação das cedências de seis servidores da prefeitura para seu gabinete.

Na última quinta-feira (12), o secretário municipal de Governo, Pedro Chaves, chegou a dizer à imprensa que a adesão de Siufi e do vereador Jamal Salém estava “confirmadíssima” em razão das cedências e da nomeação da médica Lillian Maria Maksoud Gonçalves para a presidência do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG). “Avalizo o nome dela, mas isso não significa que vou fazer parte da base”, disse.

Embora Lilian seja sua prima, Siufi negou desde o primeiro momento que tenha indicado o nome dela para o IMPCG. Anteontem, o próprio Jamal Salém admitiu que fez a indicação. Questionado se ele e Jamal passaram a integrar a base de apoio a Bernal, Siufi respondeu: “Não posso falar pelo Jamal. Digo por mim. Eu continuo na oposição construtiva como sempre fiz”.

Sobre as cedências, Siufi reafirmou que os nomes foram solicitados por ele em janeiro deste ano. “Solicitei a presidência da Câmara e ela faz a solicitação ao prefeito, como outros vereadores fizeram. Eles já estavam cedidos para meu gabinete há muitos anos. Não seria a primeira vez. É praxe entre prefeitura e Câmara, governo do Estado e prefeitura, governo e Assembleia. Um exemplo disso é a cedência da Tânia Garib, que é da prefeitura, para o governo do Estado. Neste ano as cedências que eu pedi não tinham saído e colocaram agora, mas eu não quero”, relatou o vereador.

Prova de que não foi consultado sobre as cedências, com as quais tentaram trazê-lo para a base de apoio a Bernal, segundo Siufi, é que constou do decreto nomes de servidores que nem poderiam ser cedidos. “Existem servidores que não podem nem ser cedidos, um aposentado, outro de licença médica, em tratamento”, observou. “Se quisessem eu do lado deles, em janeiro tinham dado as cedências que eu pedi e atendido às indicações que fiz e não tive resposta. Não é assim que você constrói uma base”, acrescentou.

Ação de Pedro Chaves – Embora enalteça a história e a personalidade do professor Pedro Chaves, atual secretário municipal de Governo, Paulo Siufi considera que ele está buscar reconquistar primeiro os ex-aliados em vez de tentar atrair opositores. “Tem de fazer coalizão com pessoas mais próximas primeiro, com partidos que compuseram base. Tem de resgatar. Se quer aumentar a base, tem de aumentar pelo que ele tinha e deixou de ter. É mais fácil do que buscar em pessoas que não faziam parte da base”, afirmou o peemedebista, ao ser indagado sobre como analisa a ação dos articuladores políticos de Bernal na cooptação de mais vereadores para a base de Bernal. “Mas quem sou eu para orientar um homem com tanta experiência”, emendou.

Questionado se viu na Câmara algum sinal de que realmente Bernal está aumentando sua base de apoio, Siufi respondeu: “Não vi nada de diferente. É factível, faz parte da política a busca de apoio. A presidente Dilma tem vários partidos que não estiveram com ela na eleição e depois se somaram a ela. Mas tem de haver proposição ampla e com partidos”. Citou como exemplo o PSDB. “É importante ver com quem vai fazer a composição. Tem de conversar com o PSDB, que é o partido, e não com um vereador ou dois”, disse.

Observou que efetivar acordo político é tarefa que dá trabalho. “É matemática, é um xadrez, tem de ter perspicácia e fazer algo que tenha base sólida”, opinou o vereador peemedebista. “Algumas pessoas na Câmara estão reclamando da falta de solidez naquilo que tinha combinado”, contou.

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