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Política

STF quebra sigilo bancário de deputados federais citados na Uragano

Nadyenka Castro | 07/02/2012 13:37

De acordo com o MPF, Marçal Filho e Geraldo Resende, ambos do PMDB, teriam cometido crimes contra a administração municipal

O STF (Supremo Tribunal Federal) mandou quebrar o sigilo bancário dos deputados federais Marçal Filho e Geraldo Resende, ambos do PMDB, a pedido do MPF (Ministério Público Federal).

O sigilo foi quebrado porque durante investigações sobre possível esquema de corrupção que seria chefiado por Ari Artuzi, quando era prefeito de Dourados, apareceram indícios de envolvimento dos dois deputados.

“Durante as investigações, surgiram indícios do envolvimento dos deputados federais Geraldo Resende e Marçal Filho na prática de crimes contra a Administração Pública, razão pela qual os autos foram remetidos ao Supremo”, consta no despacho do ministro Marco Aurélio Mendes.

Conforme decisão do ministro, está em investigação a movimentação bancária dos parlamentares - incluindo cartões de crédito, aplicações financeiras e Declarações de Imposto de Renda - compreendida entre 1º de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2010.

O ministro também mandou que fosse encaminhado, a pedido do MPF, “ofício à Câmara dos Deputados para que informe as emendas parlamentares propostas por Marçal Filho e Geraldo Resende no período de 2008 a 2010”.

Também foi determinado pelo STF que a PF elabore relatório detalhado “sobre todos os elementos obtidos em relação a parlamentares federais no curso da denominada “Operação Uragano”.

Os deputados federais serão chamados para prestar depoimento, assim como Eliandro Passaia, que na época era secretário municipal e colaborou nas investigações.

Fatos- Conforme o MPF, “são de extrema gravidade” os fatos que teriam sido cometidos pelos parlamentares.

Em relação a Marçal Filho, diálogos gravados

apontam que “servidores públicos teriam sido colocados à disposição do parlamentar para trabalhar na campanha eleitoral; a Rádio 94 FM, de propriedade do parlamentar, haveria recebido pagamentos para apoiar a gestão de Ari Artuzi e show promovido pela rádio teria sido pago com recursos municipais destinados à saúde”, consta.

Sobre Geraldo Resende, consta que ele “recebia comissão de 10% sobre as emendas por ele apresentadas, fato confirmado por “Geraldinho da Planacom” em conversa com o então secretário municipal”.

Outro lado - O deputado Marçal Filho não foi localizado pela reportagem do Campo Grande News por telefone.

Geraldo Resende afirma que “ está tranquilo”. “Estou confiante que no fim de tudo sairei com dois atestados: de idoniedade e de pobreza”.

O parlamentar explica que o atestado de pobreza é porque depois que entrou na política seu patrimônio diminuiu. “É muito aquém de quando eu era apenas o profissional da área de saúde”, fala Geraldo, que é médico.

Ele fala ainda que estranha o fato de dois parlamentares do PMDB estarem envolvidos em uma situação supostamente chefiada por um adversário político. “Durante toda a administração do Artuzi fui oposição. Acionei o Ministério Público Estadual e o Federal 18 vezes”.

Geraldo Resende finaliza. “Estou tranquilo. A população, especialmente a de Dourados, me conhece. Eu tranqüilizo meus eleitores”.

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