Tarifa de ônibus é maquiada por consórcio e quem paga é a população, diz Trad
"Não é possível que tenhamos sempre que engordar os cofres desse consórcio que sempre explorou o serviço e nunca nos deu nenhuma melhoria", reclamou o prefeito Marquinhos Trad (PSD) durante coletiva à imprensa na tarde desta terça-feira (14).
Embora a pauta fosse orçamento e arrecadação, Trad reiterou que considera insuficiente a redução de R$ 0,15 na tarifa do transporte coletivo em Campo Grande em troca da isenção do ISSQN (Imposto sobre serviço de qualquer natureza) para as empresas que integram o consórcio que detém o serviço. "Esse 'barateamento da tarifa' quem paga é a população" completou.
Desta forma, a isenção que vence em março pode não ser prorrogada se não ocorrerem investimentos como revisão da frota de veículos e melhoria nos pontos de ônibus, com instalação de coberturas e bancos. Enquanto isso, a Agereg faz estudo sobre o impacto da isenção do imposto. O benefício é concedido por meio de lei municipal.
Pela manhã, durante visita ao bairro Jardim das Perdizes, Trad afirmou que novos ônibus serão incorporados, sendo cinco veículos com ar condicionado e cinco com climatizadores. No fim do ano passado, o Ministério das Cidades aprovou a liberação de R$ 19,1 milhões para três empresas que operam as linhas do transporte coletivo de Campo Grande comprarem 79 novos ônibus.
Histórico - A concorrência 082/2012, cujo objeto era a exploração do transporte coletivo, foi lançada em 21 de junho de 2012 e a vencedora anunciada em 25 de dezembro do mesmo ano. Venceu o Consórcio Guaicurus, formado por empresas que já atuavam no transporte coletivo. A previsão era de faturamento de R$ 3,4 bilhões ao longo de 20 anos.
O Consórcio Guaicurus ofereceu pagar R$ 20 milhões à prefeitura para explorar o serviço. A proposta da Auto Viação Redentor, segunda colocada, foi de R$ 11,2 milhões. Na licitação, o poder público estipulou pagamento mínimo de R$ 10 milhões.