Tereza e Ovando defendem instalação de "CPI do Abuso"; Dagoberto é contra
Comissão tem até agora 127 assinaturas, mas são necessárias 171
Os deputados federais Tereza Cristina (PP), que assume cadeira no Senado em 2023, e Luiz Ovando (PL), reeleito, assinaram requerimento para abertura de CPI do Abuso de Autoridade na Câmara Federal. A Comissão Parlamentar de Inquérito pretende apurar possível uso excessivo de poder cometido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e tem como autor Marcel Van Hattem (Novo), deputado pelo Rio Grande do Sul.
O deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB) disse que foi procurado para assinar o requerimento, mas é contra a abertura da CPI. "Não dá nem pra discutir (a CPI). O que está acontecendo é falta de sanidade, esse povo perdeu a noção. Tenho certeza que ninguém aqui vai dar bola pra isso", disse.
Marcel publicou no Twitter lista com nomes dos 127 parlamentares que assinaram o requerimento e contou que faltam apenas 44 para conseguir instaurar a comissão. Na internet ele pediu que os seguidores solicitem aos “seus deputados” para aderir à ideia e ajudar a tirar a investigação do papel.
Conforme informou Ovando por meio de assessoria de imprensa, a articulação é para que o número seja alcançado ainda nesta quarta-feira (23), “aproveitando que todos os parlamentares estão em Brasília”. Hattem começou a angariar apoio nesta terça-feira (22) e tem como base três situações em que teria ocorrido abuso de poder por ambas as Cortes.
Sendo elas: busca e apreensão nos endereços de empresários que compartilharam mensagens em aplicativos, determinação de bloqueio de contas de 43 pessoas e empresas suspeitas de financiarem as manifestações contra o resultado das urnas, além de suposta censura a parlamentares, ao economista Marco Cintra, à produtora Brasil Paralelo, à emissora Jovem Pan e ao jornal Gazeta do Povo.
A explicação foi dada por ele em vídeo divulgado no Youtube. “O Judiciário tem repetidamente extrapolado suas funções, com decisões arbitrárias, inclusive legislando, em uma clara interferência no trabalho do Parlamento, bloqueando contas e censurando cidadãos sem o devido processo”, disse na gravação.
A CPI, caso seja de fato aberta, terá 27 integrantes e 120 dias para apurar os fatos e concluir os trabalhos. Vale lembrar que Ovando foi reeleito à Câmara Federal por Mato Grosso do Sul e Tereza Cristina assume cadeira no Senado no ano que vem.
O Campo Grande News entrou em contato com todos os outros deputados que exercem mandado atualmente, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.