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Política

Proinc tem dono de clínica e gente recebendo há 9 anos apoio que deveria durar 3

Na tentativa de criar CPI, vereadores expõem nomes suspeitos de irregularidades e pedem devolução do dinheiro

Caroline Maldonado | 18/08/2022 17:49
Sede da Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), que gerencia Proinc. (Foto: Divulgação/PMCG)
Sede da Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), que gerencia Proinc. (Foto: Divulgação/PMCG)

Na tentativa de criar a CPI do Proinc, vereadores chegaram à lista de 123 pessoas que teriam sido contratadas de forma irregular pelo Programa de Inclusão Profissional. Na relação divulgada pelo vereador André Luís Soares da Fonseca, o “Professor André” (Rede), há pessoas que já recebem salários há 9 anos e até dono de clínica.

Apesar de a inclusão ser de, no máximo 3 anos, um dos homens relacionados pelos vereadores, lotado na Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), está no programa desde maio de 2013, conforme a apuração de assessoria parlamentar.  

Outros dois, homem contratado pelo programa há 5 anos, lotado na Funesp (Fundação de Esportes) e mulher na lista da Agetran, estão inseridos também no Auxílio Brasil, ganhando R$ 600 do governo federal, o que contraria  regras do Programa.

Até empresário, aparentemente bem colocado, ganha salário mínimo do Proinc. Dono de uma clínica de fisioterapia, com capital social de R$ 51 mil, é lotado na Agetec (Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação), desde maio de 2021.

O vereador Marcos Tabosa (PDT) também trouxe nomes na sessão desta quinta-feira (18) daq Câmara Municipal. Ele disse que a presidente da Lienca (Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande), Marilene Pereira de Barros, trabalha no Proinc há 4 anos. Procurada para falar sobre a denuncia do vereador, Marilene disse que prefere não se manifestar, mas confirmou o vínculo.

Além de André e Tabosa, assinam o documento que pede abertura de CPI, Tiago Vargas (PSD), Alírio Villasanti, o “coronel Alírio” (União Brasil), Clodoilson Pires (Podemos), Camila Jara (PT), João César Matogrosso (PSDB) e José Jacinto Luna Neto, Zé da Farmácia  (Podemos). São necessárias 10 assinaturas para que os parlamentares consigam instituir a CPI.

Questionada se as pessoas com supostas irregularidades serão demitidos, a Prefeitura de Campo Grande não respondeu. Mas nesta semana, o diretor-presidente da Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), Luciano Silva Martins, esteve na Câmara Municipal e disse que a responsabilidade pela “falsidade é de quem prestou informação”, além de informar que “se há qualquer denúncia de fraude sempre toma as devidas providências”.

Luciano também tem discutido com vereadores a reformulação do Proinc para evitar fraudes, mas os parlamentares que apoiam a investigação querem mais do que isso. Querem que as pessoas com irregularidades constatadas sejam demitidas e o dinheiro

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