Variação de patrimônio entre deputados federais de MS supera os 49.000%
Tereza Cristina declarou aumento de patrimônio de pouco mais de R$ 10 mil para a casa dos milhões; já Vander Loubet viu bens diminuírem em 4 anos
O patrimônio dos deputados federais de Mato Grosso do Sul que disputarão as eleições deste ano, em maioria, registraram evolução nos últimos quatro anos, com base em dados apresentados pelos mesmos ao TRE-MS (Tribunal Regional Federal de Mato Grosso do Sul). Em um dos casos, o aumento patrimonial supera a casa dos 45.000% no período entre janeiro de 2014 (ano da última eleição) e julho de 2018, quando a inflação acumulada foi de 32,65%, segundo o Banco Central do Brasil.
A diferença patrimonial foi declarada pela deputada Tereza Cristina (DEM) que, em 2014, ano em disputou o primeiro mandato à Câmara dos Deputados, informou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 10.360,98, dividido entre cotas de capital em empresas e aplicações em cooperativas de crédito e caderneta de poupança. Em 2004, quando disputou a Prefeitura de Terenos, ela não informou patrimônio, ainda segundo o TRE.
Neste ano, quando tentará a reeleição, o patrimônio informado pela parlamentar, que produtora rural, é de R$ 5.160.215,36, a maior parte distribuída em quotas e bens de capital (R$ 1,8 milhão, aproximadamente), “Outros bens e direitos” (R$ 1,4 milhão) e imóveis diversos (cerca de R$ 1 milhão). A evolução patrimonial foi de 49.704,31%.
A segunda maior evolução patrimonial coube ao deputado federal Elizeu Dionizio (PSB), pouco superior a 72%. Porém, dos R$ 1,19 milhão informados pelo parlamentar entre seus bens, pouco mais de R$ 1 milhão é referente a um único imóvel –o restante abrange recursos financeiros. Em 2014, seus bens totalizaram R$ 693,3 mil.
Fábio Trad (PSD), que retornou à Câmara no fim de 2017 na condição de primeiro suplente de Carlos Marun (nomeado minitro da Secretaria de Governo), apontou bens e valores de R$ 1.696.699,51, sendo cerca de R$ 900 mil diluídos em aplicações financeiras, ações e fundos de renda. Há quatro anos, seu patrimônio somava R$ 1.011.914,88 –evolução de 67,67%.
O médico Geraldo Resende (PSDB) apontou patrimônio de R$ 3.122.844,85, um aumento de 25,65% sobre os R$ 2.485.241,92 relatados em 2014. O deputado federal tem R$ 2,3 milhões dos bens distribuídos entre quatro imóveis (um deles avaliado em R$ 1,4 milhão).
Dagoberto Nogueira Filho (PDT) informou há quatro anos R$ 2.712.509,62 a título de patrimônio. Neste ano, declarou à Justiça Eleitoral bens na ordem de R$ 3.093.645,23 –diferença de 14,05%. Pouco mais de R$ 2 milhões envolvem a propriedade de terra nua, enquanto cerca de R$ 590 mil envolvem imóveis e terrenos.
Exceção entre os colegas, Vander Loubet (PT) viu seu patrimônio declarado decrescer ao longo de quatro anos. Os R$ 1.092.529,13 declarados em 2014, diluídos entre imóveis, aplicações financeiras e veículos, viraram R$ 371.720,72, concentrados principalmente em um imóvel de R$ 350 mil e um automóvel com valor estimado em R$ 20 mil.
Além de Marun, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) não disputará a eleição deste ano –não havendo, assim, dados comparativos sobre seu patrimônio atual com as informações prestadas em 2014.
Também deputado federal, Zeca do PT registrou evolução patrimonial de 59,88% entre 2014, quando foi o deputado federal mais votado do Estado e tinha bens que totalizavam R$ 2.328.491,91; e 2018, quando será candidato ao Senado. Sua declaração de bens envolve R$ 3.722.932,09, dos quais R$ 2 milhões são créditos decorrentes de empréstimos, e R$ 1,5 milhão envolvem imóveis.