Veja quanto tempo você terá de esperar por cirurgias e exames na Capital
Mais de 19 mil pessoas estão na fila de espera em Campo Grande
Em maio deste ano 19.658 pessoas estavam na fila de espera por uma cirurgia em Campo Grande. É o que apontam dados do Sistema de Regulação da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Um aumento de 38% na demanda nos últimos 11 meses. Em julho do ano passado, 14.399 esperavam por um procedimento cirúrgico na Capital.
Com o aumento da demanda reprimida o tempo de espera por uma cirurgia também cresceu e podem variar de variar de 11 meses para cirurgia urológica e passar de 28 anos para cirurgia ortopédica de coluna.
De acordo com os dados da regulação, a ortopedia e neurologia aparecem com o maior gargalo para saúde pública da Capital. Hoje os campo-grandenses esperam 12 anos para uma cirurgia ortopédica de mão, 10 anos para cirurgia ortopédica de quadril e 3 anos para cirurgia pediátrica. Já as cirurgias neurológicas podem demorar até 10 anos para crianças e quase 6 anos para adultos.
Além da demora para as cirurgias, a população ainda enfrenta a demora para o agendamento de exames. Mais de 54 mil pessoas esperando na fila em Campo Grande.
Segundo dados do Sistema de regulação, o agendamento de uma ressonância com sedação pode demorar 10 anos e um ecocardiograma mais de 3 anos. Já o ecocardiograma infantil, o tempo de espera é de 11 meses.
Em nota, a Sesau afirmou que por mês, são realizados em média 68 mil agendamentos de consultas, exames e procedimentos em Campo Grande pela regulação ambulatorial.
A pasta afirma que houve um aumento na demanda reprimida em decorrência do represamento dos procedimentos eletivos desde a pandemia de Covid-19. Segundo a secretaria diante do problema enfrentado em todo o País, o Governo Federal a instituir um programa para ampliação dos procedimentos a fim de apoiar os estados e municípios.
A Sesau ainda afirmou que Campo Grande aderiu ao programa Mais Saúde Menos Fila, do Governo do Estado, e tem intensificado as tratativas com os hospitais e prestadores de serviços contratualizados para que a oferta de vagas seja ampliada e, consequentemente, seja possível reduzir o tempo de espera.
Quanto aos números do Sistema de regulação, a secretaria afirma que os dados são referentes ao número de pessoas que estão aguardando para passar por uma consulta que vai definir ou não a realização de determinado tipo de cirurgia.
Debate - A fila e o tempo de espera por cirurgias e exames foram temas de discussão na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) e da Câmara Municipal de Campo Grande nesta terça-feira.
O deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD), apontou que deu julho de 2023 para abril de 2024, o tempo médio de espera era de 4,5 anos e agora chega 10 anos. “Os dados do Sistema de Regulação revelam a deterioração sensível da saúde. Infelizmente, a atualização dos números mostra o colapso da saúde e a falência do Sistema de Regulação”, destacou.
Já o vereador Victor Rocha (PSDB), defende a volta de mutirões para eliminar a fila de espera. “É inadmissível que uma pessoa espere tanto tempo para obter o tratamento necessário para recuperar sua saúde. Há meses estamos aqui cobrando solução para a falta de leitos, para a falta de remédios, SAMU sucateado. Enfim os problemas se acumulam e a população continua sofrendo com o descaso", disse.
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