Vereador diz que R$ 3,50 na tarifa de ônibus "é um assalto" aos usuários
Na semana em que o prefeito Alcides Bernal (PP) revelou o pedido do Consórcio Guaicurus para aumentar a tarifa de ônibus para R$ 3,50 em Campo Grande, alguns vereadores questionaram as razões do aumento, considerando que recentemente houve queda no preço do diesel, depois da redução da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no estado. Chiquinho Teles (PSD) chegou a dizer que o aumento "é um assalto".
Para Chiquinho Teles, o prefeito Alcides Bernal não deveria autorizar aumento algum. “Isso é um assalto às pessoas que utilizam o transporte coletivo. Muitas vezes têm que esperar debaixo de chuva, em pontos descobertos”, declarou.
Ele questionou a qualidade dos serviços oferecidos na Capital e citou como exemplo uma imagem que recebeu no celular de uma usuária usando um guarda-chuva dentro do ônibus do transporte coletivo da Capital. “Vocês precisam ver, chove mais dentro do ônibus que do lado de fora”, declarou ele na sessão da última quarta-feira, 4.
Em junho, logo depois da medida da redução do óleo diesel no estado, Chiquinho Teles e o vereador Marcos Alex (PT) chegaram a apresentar um pedido no MPE (Ministério Público Estadual) para que houvesse a queda no valor da tarifa. Por conta dessa manifestação, o MPE abriu procedimento para apurar os fatos e verificar a possibilidade da demanda.
Na última quinta-feira, 5, Teles e a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) conseguiram uma proeza na Câmara, se considerada relação próxima de alguns parlamentares com os representantes do consórcio responsável pelo transporte coletivo em Campo Grande. Eles tiveram um requerimento aprovado na Casa em que soliticitam a cópia do contrato da operação do sistema municipal de transporte coletivo urbano e seus aditivos.
O requerimento foi encaminhado ao prefeito Bernal, à diretora-presidente da Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande), Ritva Cecilia de Queiroz Garcia Vieira, e ao diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Elidio Pinheiro Filho, que terão até 15 dias para encaminhar a documentação.
Os vereadores solicitam também cópia do cadastro da frota referente aos anos de 2014 e 2015 e as informações que compõem a planilha de custos do consórcio que é usada para a solicitação do reajuste da tarifa. Ainda querem saber as razões para a não efetivação do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito, que foi autorizado em dezembro de 2013, por lei municipal.
Para Teles, o reajuste e a qualidade do transporte coletivo oferecido na Capital devem ser debatidos pelos vereadores com a Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano) que é a entidade privada que reúne as cinco concessionárias que operam o sistema em Campo Grande.
Se o pedido dos empresários for aceito, Campo Grande terá o segundo serviço mais caro entre as capitais brasileiras. Levantamento feito pelo Campo Grande News aponta que a cidade perderia apenas para o Distrito Federal, onde a passagem pode custar até R$ 4, e empataria com São Paulo, onde esse valor já é cobrado desde janeiro.
O prefeito Alcides Bernal (PP) disse que está analisando a proposta da concessionária. Na quinta-feira passada, ele afirmou que tem uma equipe técnica estudando o assunto e só tomará uma decisão “quando tiver a certeza de que vai ser melhor para a população”.