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Política

Zé Teixeira tenta liberdade e diz que não mancharia história com 600 bois

"Tenho a consciência tranquila e todos aqueles que me conhecem sabem que não iria manchar meus 78 anos de história com uma transação comercial envolvendo 600 bois", diz deputado estadual em nota

Aline dos Santos | 15/09/2018 18:15
Deputado Zé Teixeira é conduzido por agente da PF após ser preso em hotel na Capital (Foto: André de Abreu/Top Mídia News)
Deputado Zé Teixeira é conduzido por agente da PF após ser preso em hotel na Capital (Foto: André de Abreu/Top Mídia News)

Preso desde quarta-feira (dia 12) na operação Vostok, realizada pela PF (Polícia Federal), o deputado estadual José Roberto Teixeira, o Zé Teixeira (DEM), tenta a liberdade no STF (Supremo Tribunal Federal) e divugou nota oficial neste sábado. Ele é candidato à reeleição.

“Tenho a consciência tranquila e todos aqueles que me conhecem sabem que não iria manchar meus 78 anos de história com uma transação comercial envolvendo 600 bois. Já comprei e vendi milhares e milhares de cabeças de gado, sempre dentro da legalidade e recolhendo cada centavo de imposto, de forma que essa acusação é infundada”.

O advogado Carlos Maques, que atua na defesa de Zé Teixeira, entrou com pedido de habeas corpus no Supremo. Até ontem, ele aguardava uma decisão do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Félix Fischer, que autorizou a operação, sobre pedido de revogação de prisão. “Ele não se manifestou e impetrei o habeas corpus no Supremo”, diz.

O pedido de liberdade foi protocolado neste sábado e distribuído para o ministro Edson Fachin. A operação investiga denúncia da J&F, controladora da JBS, sobre troca de incentivos fiscais por propina na gestão do governador Reinaldo Azambuja. Segundo o inquérito, uma das formas era emissão de nota fria de venda de bois. Zé Teixeira foi emissor de duas notas, com valor total de R$ 1,6 milhão.

Ainda ano passado, a SFA (Superintendência Federal de Agricultura) levantou suspeita sobre o “boi de papel”, porque o gado não deu entrada no frigorífico da JBS em Campo Grande.

“Agora falam que os cerca de 600 bois que vendi não foram abatidos nos frigoríficos dos delatores. A pergunta que não quer calar é uma só: o que eu tenho com isso? Minha responsabilidade com os bois é da porteira para dentro. Quando vendi, emiti a Nota Fiscal Eletrônica, a Guia de Trânsito Animal (GTA) eletrônica, embarquei o gado e ele deixou minha propriedade, toda responsabilidade pelo destino passou a ser do comprador, no caso, os delatores da JBS”, diz na nota divulgada à imprensa.

O parlamentar informa ainda que recolheu impostos sobre cada nota emitida, sem causar prejuízo ao erário. “Prestei todas as informações à Delegacia Regional da Receita Federal no município de Franca, interior de São Paulo, onde o eventual crime fiscal está sendo apurado. Sempre estive à disposição das autoridades e nunca me furtei em cumprir a lei, tanto que todas as perguntas que me foram feitas nesses últimos dias pelas autoridades eu já tinha respondido em outras ocasiões”.

Também foram presos Rodrigo Souza e Silva (filho de Reinaldo Azambuja), João Roberto Baird (que era dono da Itel Informática), Antônio Celso Cortez (dono da empresa PSG Tecnologia Aplicada), Elvio Rodrigues (pecuarista), Francisco Carlos Freire de Oliveira (pecuarista), Ivanildo da Cunha Miranda (pecurista e delator na operação Lama Asfáltica).

Além de Márcio Campos Monteiro (conselheiro do Tribunal de Contas do Estado), Miltro Rodrigues Pereira (pecuarista), Osvane Aparecido Ramos (ex-prefeito de Dois Irmãos do Buriti), Rubens Massahiro Matsuda (pecuarista) e Zelito Alves Ribeiro (pecuarista) e Nelson Cintra Ribeiro (ex-prefeito de Porto Murtinho).

Já o corretor de gado José Ricardo Guitti Guimaro, conhecido como “Polaco”, deve se apresentar amanhã à Polícia Federal.

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