Jogo com "ratinho esperto" ajuda na alfabetização de crianças autistas
Objetivo do jogo é trabalhar o desenvolvimento da linguagem do autista de forma lúdica
Um “rato inteligente” ajudará no estímulo da linguagem e alfabetização de crianças autistas. Trata-se de um aplicativo em formato de jogo para celulares e tablets, chamado Brainy Mouse, criado pela brasileira Ana Sarrizo. No mês passado, foi lançada uma versão em inglês e, agora, disponibilizam a versão em português.
A proposta do aplicativo foi vencedora entre 17 mil projetos no prêmio Santander, de 2013. A pesquisadora Ana Sarrizo, de Belo Horizonte, recebeu, então, R$ 100 mil e uma bolso de empreendedorismo da Babson College, uma das mais importantes do mundo. Ana criou a Brainy Mouse Foudation e passou a desenvolver o aplicativo nos Estados Unidos.
De acordo com a fundação, foram realizados testes com resultados satisfatórios em crianças de São Paulo e Belo Horizonte. “O objetivo do jogo é trabalhar o desenvolvimento da linguagem porque este é justamente um dos maiores desafios para a educação dos autistas, no mundo inteiro”, afirma a fundação.
"Imagine as dificuldades que já enfrenta um adulto autista, em um mundo que não está preparado para lidar com suas diferenças. Agora imagine um adulto autista e que ainda por cima não sabe ler e escrever", explica a criadora do aplicativo Ana Sarrizo.
Segundo a pesquisadora, o game trabalha a leitura da esquerda para direita, formação de palavras usando sílabas, interação com cores, sons e outros "dispositivos cognitivos", que ajudam no desenvolvimento da linguagem do autista de forma lúdica. A criança pode customizar seu ratinho, além de ser desafiada a conseguir "cheesecoin", uma espécie de moeda virtual.
A estimativa é que existam no Brasil 3 milhões de autistas. Este dado é um reflexo do estudo divulgado pelo Center of Control and Prevetion, órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, que aponta a incidência de 1 a cada 68 crianças. Além dos desafios da doença, o maior entrave ainda é o preconceito.