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Mitos e verdades sobre óleos lubrificantes sustentáveis

Fabricantes do produto se enquadram na legislação ambiental e investem em tecnologias de olho na preservação do ecossistema

Márcio Martins | 06/08/2014 22:18
Mitos e verdades sobre óleos lubrificantes sustentáveis

Há muito tempo o óleo lubrificante é visto como um vilão do meio ambiente. No entanto, as fabricantes do produto estão investindo cada vez mais em tecnologias para que o produto se torne menos danoso ao ecossistema, sem perder a qualidade e o desempenho. Não é a toa que as principais indústrias brasileiras já se encontram aptas a atenderem rigorosamente a regulamentação imposta pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Além disso, nos últimos anos, a legislação ambiental do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) fez com que o setor de lubrificantes ficasse ainda mais atento ao destino final do produto, para que não haja descarte em locais impróprios.

Confira agora os mitos e verdades sobre este tema polêmico, com a Consultora Técnica da Total Lubrificantes do Brasil, Fabiana Rodrigues.

Os fabricantes de óleos lubrificantes brasileiros não estão investindo em pesquisas para tornar o produto menos agressivo.

Mito.

As grandes indústrias brasileiras investem pesadamente na implementação de três novas tecnologias aos seus produtos, que farão com que haja mais economia de combustível, baixo Saps (baixos teores de enxofre, fósforo e baixa formação de cinzas sulfatadas) e longa drenagem para prolongar o período de troca de óleo. Os investimentos buscam reduzir os poluentes oriundos do segmento automotivo para não agredir o meio ambiente e a sociedade.

As montadoras e concessionárias estão interessadas em atender as novas exigências de mercado.

Verdade

Ambas já estão exigindo produtos que atendam as especificações (tanto no primeiro enchimento, quanto no pós-venda). Essa mudança estrutural afetará outras montadoras e concessionárias que não se enquadrarem nesses novos requisitos exigidos pelo mercado e poderá inclusive baixar o número de vendas. Há a possibilidade de que o varejo, em breve, se adapte a esta nova tendência, priorizando qualidade ao invés de preço.

As novas tecnologias para amenizar a nocividade do óleo ao ecossistema envolvem processos simples e não impactam no custo para consumidor final.

Mito.

Nem o processo e nem os requisitos tecnológicos são fáceis de serem conquistados e implementados. As principais dificuldades são os custos envolvidos no processo. Com aumento da demanda por lubrificantes sintéticos de baixa viscosidade e pacotes de aditivos com melhor desempenho, os custos envolvidos de Pesquisa & Desenvolvimento em novas tecnologias de obtenção de óleos básicos e aditivos de alta performance, torna a matéria prima mais onerosa, o que, consequentemente, impacta o custo final do produto.

Algumas fabricantes já adotaram novas tecnologias em seus produtos.

Verdade


Com a adoção de normas mais rigorosas, as nove grandes companhias do mercado, dentre elas a Total, que hoje representam em torno de 85% do mercado de lubrificantes no Brasil, buscaram rapidamente a adequação de seus portfólios de produtos, por meio da adoção das tecnologias já citadas. O próximo passo é continuar investindo em pesquisas e soluções inovadoras, capazes de fazê-las acompanhar este movimento contínuo, pois as normas se tornam, a cada ano, mais exigentes em todo o mundo.

Os lubrificantes com níveis de desempenho abaixo dos mínimos estabelecidos pela ANP continuarão competitivos.

Mito

O mínimo estabelecido pela ANP é totalmente plausível, visto que grande parcela da frota de carros e de caminhões que circulam no Brasil atualmente já foi fabricada visando a utilização de lubrificantes nos padrões exigidos pela regulamentação vigente, ou seja, produtos inferiores estarão cada dia mais obsoletos e tendem a desaparecer do mercado a médio prazo.

No caso dos caminhões, os lubrificantes utilizados já estão regulados de acordo com os padrões exigidos.

Verdade

A frota atual de caminhões é fabricada com a tecnologia de motores Euro 5, que possui dois sistemas, o EGR (Sistema de recirculação de gases) e SCR (Sistema de redução catalítica),que utiliza o Arla 32, para os quais são recomendados produtos com especificações CI-4 e CJ-4. As normas API CG-4 e CH-4 também atendem aos caminhões fabricados até 2012. Já as normas API CF e CF-4 não são recomendadas pelos fabricantes há muito tempo e a eliminação destes produtos do mercado irá proporcionar melhor qualidade e desempenho, que contribuirá para a preservação de seu veículo e, sobretudo, do meio ambiente.

A proibição da comercialização de lubrificantes enquadrados nas novas regras, na prática, não trará benefícios aos consumidores e às fabricantes.

Mito

As regulamentações só tendem a aprimorar os produtos e a valorizar a relação dos fabricantes e consumidores. Brevemente, até os consumidores mais resistentes compreenderão que, a longo prazo, o custo levemente superior do produto, se dilui entre as inúmeras vantagens que ele proporciona ao longo do tempo de uso do veículo, como: economia de combustível, periodicidade maior entre as trocas, menor desgaste do motor e, principalmente, redução na emissão de poluentes.

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