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A vacinação contra o H1N1: benefícios e malefícios

Por Beny Schmidt (*) | 06/04/2016 08:41

Benefícios: é consenso na literatura que as vacinações contra doenças virais em tempo de epidemia são extremamente importantes. Basta lembrar-nos de 2009, quando a gripe suína dizimou milhares de pessoas.

Atualmente, a literatura preconiza vacinação protetora contra infecções virais que causam problemas respiratórios, como gripes e resfriados, em pessoas idosas, com doenças crônicas e debilitadas e em crianças com mais de cinco meses de idade.

Porém, assim como foi dito nas atuais epidemias de dengue, chikungunya e zika, a prevenção sempre foi e sempre será melhor do que o tratamento das doenças. E, novamente, como está acontecendo com a zika, ressaltamos a inoperância do nosso governo em relação à falta inconcebível de saneamento básico no nosso país.

Além de preconizar que as pessoas devem lavar as mãos constantemente ao longo dos dias, o que, diga-se de passagem, é extremamente importante, a mídia também deve pressionar o governo para oferecer água potável, esgoto canalizado e coleta de lixo no nosso país.

Malefícios: não se deve vacinar pessoas com febre, em hipótese alguma. Não conhecemos os efeitos colaterais das vacinas ministradas no Brasil. Temos relatos, no exterior, de inúmeras complicações, que não são raras, como narcolepsia, convulsões, meningites e o aumento de casos de síndrome de Guillain-Barré. Aliás, as pessoas acometidas por essa síndrome devem evitar tomar vacinas contra o H1N1.

É preciso redobrar nossas atenções em relação a essas vacinações múltiplas, que devem ser modificadas ano a ano, pois os vírus da gripe e dos resfriados são altamente mutantes, fazendo com que os laboratórios tenham que produzir vacinas novas para conseguir uma imunização eficiente.

Para terminar, cabe à classe médica do país prestar muita atenção nesses possíveis efeitos colaterais, estar preparada para dar uma boa orientação sobre quem realmente precisa ser vacinado e, sobretudo, evitar as neuroses, principalmente aquelas que, ao invés de contribuir, aceleram a disseminação das doenças virais em aglomerados hospitalares e recintos fechados.

(*) Beny Schmidt é chefe e fundador do Laboratório de Patologia Neuromuscular da Escola Paulista de Medicina e professor adjunto de Patologia Cirúrgica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

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