Aprendendo...
A vida, essa escola que nos permite a dádiva de Deus, é uma fonte permanente de aprendizado. Uma escola em que não existem férias, nem diplomas. É um vir a ser constante. E daí a oportunidade que nos proporciona o enriquecimento por meio da evolução incessante. A vida é infinita e se manifesta temporariamente no corpo que habitamos em cada encarnação, e o entendimento dessa infinitude nos dá a dimensão da eternidade, cuja compreensão é necessária para que possamos avaliar o trabalho que nos cabe realizar.
Aprendi que cada um é o seu próprio mestre para trilhar o caminho que Jesus ensinou. Eu não tenho competência para dizer a ninguém “Vá por aqui ou por lá, faça isso ou faça aquilo”. Cada um deve definir o seu trajeto buscando orientação em seu coração, o que, naturalmente, conduzirá ao autoconhecimento.
Como sabemos, o ser humano é dotado de livre arbítrio. Assim, pode fazer livremente as escolhas em sua vida. O que se observa, no entanto, é que as escolhas, muitas vezes, não são orientadas pelo seu Mentor, o que o leva a amargar as consequências de suas atitudes. Daí a necessidade de observar as palavras que usamos – que são as ferramentas da nossa construção individual –, “Porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado” (Mt 12,37).
O aprendizado é constante. E nos conduz naturalmente ao entendimento da individualidade de cada ser. Somos originais pela origem divina. Quando nos comparamos como sói acontecer, caímos na vala comum da imitação. Aprendi a não procurar chamar a atenção pela forma de andar, nem agradar pelas roupas, mas sim pela conduta.
Penso que cada um deve procurar entender. Se não houver entendimento, não adianta. Ficar na repetição constante de fórmulas acabadas e gastas não resolve. Não somos vitrolas para ficar repetindo o que outros disseram. Procuro sair do achismo e mergulhar diretamente na fonte que está em meu coração.
E sigo aprendendo com Paulo, o apóstolo que soube transmitir o ensinamento de Jesus de forma muito clara, com suas epístolas que se perpetuaram no tempo e no espaço, como, por exemplo; “Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sóis de vós mesmos?”(1 Cor 3,16).
Assim, aprendi que sou responsável por mim mesmo, e que o Espírito Santo, em mim, me orienta e me conduz desde que eu ouça a minha voz interior, por onde Ele se manifesta.
Aprendi que as situações que vivencio são a consequência natural dos meus atos, não podendo imputar a ninguém uma punição ou prêmio.
Aprendi que viver com simplicidade me torna mais leve e o desapego me liberta do ego.
Aprendi que meus adversários ou inimigos, na realidade, são os que me permitem uma mudança verdadeira, encarando as situações como meio de evolução.
Aprendi que a qualidade da minha vida, depende, em muito, da minha capacidade de suprir minhas necessidades e que quanto menos necessidades, mais satisfação.
Aprendi que a cada dia, para ser feliz, dependo só de minhas escolhas. O dia está pronto a me esperar.
Aprendi que o tempo é meu capital. Da minha capacidade de bem utilizá-lo vai resultar benefício ou prejuízo.
Aprendi que nada acontece por acaso. Tudo é fruto dos nossos atos anteriores.
Aprendi que Deus está presente em todos os acontecimentos, e quando me vejo em situação de dificuldade, me lembro de que tudo está acontecendo sob Sua regência e, assim, posso superar o medo.
Enfim, aprendi que aprender é o meu destino eterno.
(*) Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado.