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Da ansiedade

Heitor Rodrigues Freire (*) | 15/01/2022 14:00

A vida é uma sucessão de acontecimentos, alguns previstos e outros totalmente imprevistos, o que gera insegurança em quem espera que tudo sempre dê certo. É preciso aprender que o inesperado acontece. E vai acontecer de novo. A pandemia está aí para nos mostrar isso. Precisamos aprender a conviver com a incerteza, isto é, ter a coragem de enfrentar, de estar pronto para vencer as dificuldades interpostas em nosso caminho. E que na realidade se constituem em aprendizado, quando entendemos que nada acontece por acaso.

A crise nos faz mais fortes. A inquietação sofrida pela maioria dos habitantes deste planeta acaba causando um dos maiores males dos tempos atuais, a ansiedade, já considerada como o mal do século. A ansiedade é alimentada pela pressa, pela urgência em se fazer as coisas, como se o mundo fosse acabar amanhã. O tipo de ansiedade é que acaba causando transtorno.

Quando ela decorre de uma preocupação natural, é algo que pode ser controlado com tranquilidade. A ansiedade é uma reação normal diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. Mas quando atinge níveis excessivos acaba se tornando um mal que deve ser devidamente tratado para evitar que se transforme em algo que cause distúrbios.

O dr. Augusto Cury – um dos autores mais lidos do Brasil – lançou recentemente um livro sobre a ansiedade, no qual faz uma abordagem científica e identifica as causas mais frequentes desse mal, como a síndrome do pensamento acelerado, o excesso de preocupação, o excesso de atividades e de trabalho, a falta de repouso e a privação do sono.

O livro proporciona uma orientação precisa e objetiva para superar essa situação, de forma didática e simples, como são os textos dele. Sinto que o excesso de preocupação com dinheiro, saúde, família, trabalho, competição, acabam causando ansiedade. Mas o principal motivo é o medo.

Medo infundado, medo da morte, da perda de um familiar, da doença, da perda de trabalho, ou de não corresponder às próprias expectativas. Mas quando se atinge o entendimento derivado do conhecimento e da verdadeira consciência do ser, o medo desaparece.

Identifico também a ânsia de controlar os outros, de cobrar muito de si mesmo e a dificuldade de cuidar da própria vida, o que pode acabar causando o chamado transtorno de ansiedade generalizada (TAG), que se caracteriza pela preocupação persistente ou excessiva, fora de controle. Os sinais mais comuns para identificar a ansiedade podem ser físicos ou neurológicos.

Os físicos são a fadiga, a tensão muscular, a palpitação, o suor excessivo e a dor de cabeça, a disfunção sexual e a disfunção gastrointestinal. Os sintomas neurológicos são a perda de memória, a insônia, a dificuldade de concentração, a irritabilidade e a inquietação.

O antídoto mais eficaz contra a ansiedade, a meu ver, é a prática da gratidão. É seguir o ensinamento de Jesus que nos mostrou a Regra de Ouro: amar a Deus sobre todas as coisas do céu e da terra, e ao próximo como a si mesmo. É tão simples e ao mesmo tempo complexo, porque o homem busca sempre o sobrenatural, deixando de observar e praticar o óbvio.

Está na cara, só não vê quem não quer. Vencer a ansiedade se torna um meio de evolução mental e espiritual, pois conduz ao cerne da questão: ser ou não ser? Depende de cada um.

Heitor Rodrigues Freire (*) – Corretor de imóveis e advogado.

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