Einstein e a humanidade
As engrenagens dos acontecimentos impulsionam os anseios da humanidade. Não faz muito tempo era comum se ouvir falar no objetivo do crescimento da grandeza humana, seu aprimoramento, sua generosidade. Hoje, pouco se fala disso. A maneira de pensar foi piorando com o passar dos anos. No século 20, ocorreram duas guerras mundiais que provocaram milhões de mortes.
Diante do retrocesso da humanidade, o físico Albert Einstein (que nasceu na cidade de Ulm - Alemanha, em 1879, e faleceu em Princeton – EUA, em 1955), diante do crescimento das ideias de Hitler, decidiu imigrar para os Estados Unidos em 1932, ano no qual já estava disponível a Mensagem do Graal (Im Lichte der Warhrheit) de autoria de Oscar Ernest Bernhardt (nascido em 1875 em Bischofswerda, Alemanha) que adotou o nome de Abdruschin, explicando o funcionamento das leis naturais da Criação.
Em 1946, devido ao potencial destrutivo da bomba atômica, Einstein achava que o planeta precisava uma nova maneira de pensar, sem o que a humanidade não evoluiria nem sobreviveria. Mas os seres humanos adotaram a indolência, pois sem atentar para sua essência espiritual, acabam se degradando a nível inferior ao dos irracionais que seguem unicamente o instinto.
Em vez de pesquisar com sua intuição a origem de todos os males, Einstein considerou que o planeta deveria se pautar por um Estado mundial único, como forma de impedir o desastre certo causado por novas guerras mundiais. Mas o planeta apresenta tanta diversidade que isso somente seria possível com a perda da individualidade dos povos. Não tardou muito para surgirem novos confrontos. Árabes, cristãos e judeus se defrontaram no Líbano. A cidade de Beirute foi transformada num esqueleto urbano que jogou por terra as esperanças de boa vontade e paz entre os homens que continuaram fabricando bombas e artefatos da morte.
A história econômica mundial é triste, mas pouco estudada. A geopolítica apresenta o domínio dos fortes sobre os fracos, impedindo que saiam desse estágio e tenham controle próprio dos recursos disponíveis. A América Latina tem sido o alvo constante. A boa governança vem sendo continuadamente corroída em função de interesses ocultos. O ano de 2022 assinala a volta da inflação e aumento dos juros; enfim, percebeu-se que importar manufaturas, em vez de produzi-las internamente, cria dependência e pagamentos em dólares.
A independência do Brasil, em 1822, foi um milagre não aproveitado. Basta lembrar que países africanos e a Índia só tiveram sua emancipação recentemente no pós-guerra. D. Pedro II preocupava os poderosos internacionais por ter uma visão de Brasil forte e independente. A família imperial tinha plano para a integração da mão de obra liberada das fazendas, mas os golpistas da república nada fizeram, e em consequência o país foi atrasando mais. Inglaterra e EUA souberam tirar partido disso, enquanto a Europa colonizava os países da África.
A influência do comunismo da Rússia e de Cuba fizeram a cabeça dos universitários brasileiros, descontentes com a exploração e o atraso da nação. Em 1964, o poder foi tomado pelas forças armadas, mas o Brasil permaneceu como mercado cativo, cuja industrialização foi travada. Devolvido o poder aos civis em 1985, faltou governança decente. A crise da dívida externa e a inflação colocaram uma barreira na industrialização. Com o tabelamento do dólar, em 1994, e os juros nas nuvens, consolidou-se a desindustrialização e a falta de bom preparo das novas gerações.
O que acontecerá com a população da Terra que se aproxima a oito bilhões de almas encarnadas e que diariamente precisam de recursos para subsistir e prover as próprias necessidades? Cada nascimento é uma nova oportunidade para que a alma possa aproveitar o tempo para se libertar dos erros, evoluir e contribuir para beneficiar o mundo que urgentemente necessita de uma transformação universal para não afundar no abismo da imoralidade.
Brasil, o bolo cobiçado com mais de dois trilhões de reais de arrecadação federal caiu no descalabro como o país das trapaças. Drogas, decadência moral, corrupção e tantos fatores nocivos enfraquecem os jovens. Os eleitores conscientes buscam seriedade e bom senso. Em meio a tanta obscuridade, pode ser que a nação encontre um rumo decente e humano, mas não está fácil.
(*) Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP.