O colibri
O colibri é o símbolo do corretor de imóveis. Comecei a pesquisar a respeito desse tema para escrever este artigo e fiquei impressionado com a riqueza de significados que ele simboliza.
A escolha se justifica porque na fauna alada brasileira o colibri é o pássaro que, na luta pela sobrevivência, mais se assemelha à luta do Corretor de Imóveis.
O Colibri "Glausis Hirsuta" foi escolhido pelo Conselho Federal de Corretores de Imóveis, como consta na Resolução COFECI n.º 126/81, em reunião plenária em Porto Alegre em 1981, o pássaro-símbolo da categoria profissional, por recomendação do renomado cientista Augusto Ruschi.
Exaltado como o "Patrono da Ecologia do Brasil", título concedido pelo Congresso Nacional em 1994 e assinado pelo Presidente Itamar Franco, Dr. Augusto Ruschi é, provavelmente, o maior naturalista da América do Sul, o mais célebre e maior pesquisador e especialista do mundo em beija-flores , o nome mais popular pelo qual são conhecidos os colibris.
O Corretor de Imóveis como agente intermediário na compra e venda de imóveis assemelha-se ao colibri que é, por excelência, um intermediário entre as duas fases de um processo de enriquecimento da natureza, isto é, a transformação da flor em fruto pela polinização realizada em grande parte pelo pássaro em sua visitação constante à procura do néctar.
Neste aspecto também se observa outra semelhança: ao voar em torno de cada flor, o colibri não invade a corola, nem pousa sobre as pétalas, mantendo-se fora e retirando de cada flor apenas o necessário.
É uma ave que tem um simbolismo muito rico em componentes místicos, misteriosos e esotéricos. As civilizações indígenas sempre tiveram um grande respeito por esta ave emblemática.
Ela leva em seu simbolismo um poderoso significado espiritual: representa a ressurreição.
Para os ameríndios, o beija-flor simboliza a beleza, a harmonia, a verdade e a força.
Os índios hopis, do Arizona, por sua vez, consideram o beija-flor um herói que salva a humanidade da fome, relacionando-o com o deus da germinação e do crescimento.
Os astecas acreditavam que as almas dos guerreiros que morriam retornavam à terra sob a forma de beija-flor ou borboleta.
O amor puro, a cura e a sorte, por sua vez, são simbologias pertencentes ao beija-flor no xamanismo.
Os indígenas deram nomes muito sugestivos para os beija-flores, e descreviam com perfeição esses pássaros encantadores:
- para os índios caraíbas, eles eram os “colibris”, que significa “área resplandecente”;
- os tupis os batizaram de “guainumbis”, ou seja, “pássaros cintilantes”;
- já para os índios guaranis, os beija-flores eram os “mainumbis”, isto é, “aqueles que encantam, junto à flor, com sua luz e esplendor”.
O colibri ensina a independência, a luta que não causa dano a ninguém. O bater constante de suas asas é um símbolo do infinito, da eternidade e da continuidade. Ao observar os colibris constatamos que eles são aparentemente incansáveis. Sempre buscando, sem cessar, o néctar mais doce, o que nos lembra que devemos buscar o melhor da vida e a beleza de cada dia.
O exemplo do colibri nos inspira a persistir na busca de nossos sonhos, e a vitalidade dessa ave tão pequenina nos desperta um sentimento de vigor e de abundância, que é o oposto da estagnação e escassez em nossas vidas.
O beija-flor simboliza também a inteligência e a alegria. Sua missão é distribuir alegria. E ele nos mostra que sabe usar a inteligência e a astúcia em vez da força física.
Os colibris são as únicas aves que conseguem ficar literalmente paradas no ar, decolar e aterrissar verticalmente, e até dar marcha à ré em pleno voo, situações que muitas vezes vivemos em nossos negócios: saber o momento de recuar para não perder uma venda.
Dizem que Igor Sirkorski, o inventor do helicóptero, baseou suas ideias na observação contínua do voo dos beija-flores. No entanto, o helicóptero não pode voar de cabeça para baixo. Os beija-flores podem.
O que observamos em toda essa simbologia é a mais perfeita imagem da prática profissional dos Corretores de Imóveis com todo o seu significado e romantismo. Realmente somos como o colibri.
(*) Heitor Freire, corretor de imóveis e advogado