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O ídolo do Rei

Waldenyr Caldas (*) | 20/01/2022 08:30

Rei também tem seu ídolo. E essa admiração do soberano é por um companheiro de profissão. Revelada publicamente em 1993, ela permanece cada vez mais viva e consolidada. São dois grandes cantores e compositores que, diferentemente de boa parte dos seus colegas, atravessaram o tempo e permanecem até hoje atuantes em seu métier. Suas respectivas obras estão definitivamente consolidadas no cancioneiro brasileiro contemporâneo. Assim sendo, já se pode dizer: são atemporais e, portanto, permanecerão para sempre. Elas são muito diferentes, mas não divergentes. Isso é da maior importância porque desconstrói alguns mitos sobre a estética e a poética musical na canção. Estou me referindo ao Rei Roberto Carlos, cujo título de nobreza recebeu oficiosamente, é claro, de seus milhões de fãs; e a Chico Buarque, Dois jovens dos anos de 1960, cujo prestígio profissional transcendeu nossas fronteiras para tornar a música popular brasileira ainda mais conhecida e requisitada no exterior.

Depois do movimento da Bossa Nova que internacionalizou definitivamente nossa música, esses dois artistas, embora não sejam os únicos, são, sem dúvida, os principais responsáveis pelo crescimento e consolidação do prestígio internacional da nossa canção popular. Se o estilo e a estética musical de um e de outro são diferentes, se o público de ambos também é diferente, isso é outra história para uma escrita à parte. Importante mesmo é que nada disso interferiu negativamente em seus respectivos trabalhos, muito menos na aceitação dos amantes da música popular. Afinal, como todos sabemos, a questão do gosto estético está estreitamente ligada à condição social das pessoas, ao seu grau de informação, ao seu repertório, ao respectivo universo cotidiano em que elas vivem, e em algumas pequenas e importantes sutilezas que não seria possível analisá-las em um só artigo.

Assim sendo, o aforismo popular que diz, “gosto não se discute”, pelo menos nesse caso, definitivamente não procede. Gosto se discute, sim, exatamente para que todos nós possamos analisar, ponderar e aceitar, ou não, uma canção ou qualquer outra coisa. Esta é uma questão de opção exclusivamente pessoal, temos autonomia para esta escolha. É um direito inarredável. Os adjetivos qualificativos como brega, varzeano e cafona, por exemplo, nesse caso não se sustentam no plano teórico. São conceitos de classe social que não resistem a uma análise mais acurada à luz da Sociologia. São vazios, nada explicam. Aliás, o sociólogo Pierre Bourdieu já escreveu um trabalho sobre gosto estético e classes sociais que se tornou referência em pesquisas acadêmicas, é sempre bom consultá-lo. Para início de conversa, os adjetivos acima citados, quase sempre são usados como uma manifestação de desprezo pelo gosto estético do outro. Mas não é só isso. Eles revelam também, ainda que de forma velada, um preconceito de classe social. A obra musical de Roberto Carlos nessa época, recebeu forte resistência de alguns segmentos mais politizados do nosso país. Boa parte da intelligentsia brasileira considerava brega seu trabalho musical.

Vivíamos na década de 1960, uma cruel ditadura militar que, entre torturas e censuras, deixava o país atônito, a população insegura e à margem de uma participação política. Não havia eleições para os cargos mais importantes do poder Executivo, e até mesmo durante algum tempo nem para o poder Legislativo. Era a época dos políticos biônicos. Os militares sempre agiam, não só ao arrepio da lei, mas também não tomavam conhecimento nem da nossa Constituição.

Por conta desse quadro sinistro, havia um certo maniqueísmo político extremamente nocivo ao país. Para as organizações de esquerda, quem não se engajasse politicamente contra a ditadura militar era visto com muita desconfiança. E, ainda em alguns casos, era considerado mesmo reacionário. Por sua vez, as organizações de direita e o próprio Estado repressivo agiam da mesma forma, mas com muita truculência. Quem não os apoiasse era considerado comunista, corria risco de prisão e, consequentemente, de vida. Enfim, vivíamos naquele momento, em um país inteiramente ideologizado tanto pela direita, quanto pela esquerda. Mas, quem dava o tom de tudo e o que prevalecia mesmo, era a insensatez e a truculência de ambas as partes, não havia nenhuma chance de diálogo. Para ser mais preciso, a força-bruta era diuturna por parte do governo autocrático. Ideologizava-se a literatura, a música, enfim, cultura, as relações sociais e, lamentavelmente, a própria ciência.

Nessa luta política não havia mediação, ou você era comunista ou reacionário. O autoritarismo militar não poupava vidas dos seus adversários políticos. Esta era uma época em que o discurso político-ideológico radical reinava soberano. Com este quadro político sombrio e perigoso, era natural que ocorresse a esperada diáspora também nas artes do país e, portanto, na música popular. E isso de fato aconteceu. É nesse momento que os jovens artistas integrantes do programa Jovem Guarda passam a ser vistos por certos setores da imprensa brasileira como reacionários, alienados politicamente e de mau gosto. Um estigma sem nenhum fundamento, porque rigorosamente não eram nada disso. E para fazer justiça a eles, é bom que se diga o seguinte: muitos artistas do programa Jovem Guarda, entre eles, o líder Roberto Carlos, viviam um início promissor, um momento particularmente importante em sua carreira profissional de artistas populares. Suas canções versavam quase sempre sobre temas como o amor, a paixão, as festas, os carrões, o abandono pela namorada, enfim, uma narrativa quase pueril e inofensiva. Não era um discurso engajado politicamente, mas também não era alienado. Não tinha nada a ver com aquele clima nefasto e soturno que vivia o país.

Em seu texto poético, quase sempre predominava o que chamamos de função emotiva da linguagem, cujo objetivo da mensagem é impactar, emocionar e sentimentalizar o discurso para o ouvinte. Eles não tinham a dimensão exata do que estava ocorrendo na política do seu país. Esta situação contribuiu enormemente para que no início da carreira, Roberto Carlos recebesse forte oposição por parte da imprensa que se considerava de esquerda. Ainda assim, ele conseguiria sobreviver profissionalmente, o que não ocorreu com grande parte do elenco que integrava o programa Jovem Guarda.
Pois bem, seria natural que toda essa luta política interferisse nas obras musicais de Roberto Carlos e de seu ídolo Chico Buarque. Eles, aliás, sempre tiveram respectivamente, em suas canções, os componentes formais (melodia, harmonia, ritmo, intensidade, timbre, densidade, altura e duração) e estilos estéticos diferentes. Isto não significa, evidentemente, que uma obra seja melhor que a outra por terem seus componentes formais e estilos estéticos distintos. Significa, isto sim, que elas são esteticamente diferentes, mas não divergentes em sua qualidade como corriqueiramente já estamos quase acostumados a ouvir. Todas as vezes que vemos alguém hierarquizar a qualidade de uma obra sobre a outra, devemos ficar atentos ao seguinte: subjaz a esta ação um preconceito elitista de classe social que pode ser consciente ou não, mas ele existe.

Apenas para sintetizar e finalizar esta questão, podemos dizer que a obra do Rei e do seu ídolo, sempre caminharam e caminham paralelas e autônomas desde os anos de 1960. Devemos reconhecer, aliás, que aquela década foi pródiga com a música popular brasileira. Em 1965, o grande sucesso da canção Quero que vá tudo pro inferno abriu as portas para a criação do programa Jovem Guarda. De agosto daquele ano, até o início de 1968, a televisão Record liderava absoluta a audiência aos domingos apresentando justamente Roberto Carlos em seu programa Jovem Guarda.

Com ele, estavam lançadas as bases para a continuidade de um movimento musical jovem, que mais tarde seria chamado “rock brasileiro”, e que mudou sensivelmente os rumos da nossa música popular. Até porque, um pouco mais tarde, nas décadas posteriores, surgem inúmeras bandas de Rock, a partir de 1980 como, por exemplo, Barão Vermelho e Blitz, entre outras, misturando-se aos ritmos como o samba, a marcha, o samba-canção e o próprio rock’n’roll que chegara ao Brasil em meados dos anos de 1950, com Bill Halley, Little Richard e Elvis Presley, principalmente.

Simultaneamente, o jovem Francisco Buarque de Holanda, também em 1965, mostrava ao público de seu país a canção Pedro Pedreiro. Tratava-se de um samba apresentando o perfil do que viria ser mais tarde, boa parte do seu trabalho musical e a construção literária dos textos poéticos nas suas canções ao longo das décadas subsequentes. A justiça social, sua obstinada luta pela democracia, a dor, mas também o amor, nossa condição humana e os problemas existenciais por que passam as pessoas, foram e continuam sendo temas prioritários na sua obra musical e literária.

Passados cinquenta e sete anos da apresentação de Pedro Pedreiro, a extensa e consagrada obra musical de Chico Buarque dispensa comentários. Em nosso cancioneiro ela goza do mais alto prestígio, não apenas da crítica, mas também do grande público. Entre seus colegas cantores e compositores a situação não é diferente. O Rei Roberto Carlos, por exemplo, é um dos grandes entusiastas da obra de Chico Buarque. Certa ocasião fez questão de declarar publicamente ser grande fã e admirador do autor de Carolina, como veremos adiante.

Ao contrário das canções de Roberto Carlos, a obra musical de Chico Buarque nos anos de 1970, incomodou e irritou muito os governos militares. Intérprete de rara habilidade com as palavras e de excepcional domínio do nosso vernáculo, em algumas de suas canções dessa época o compositor de Construção e Roda Viva se valia dos recursos que as figuras de linguagem nos oferecem, e que podemos aqui chamar de “fugas” discursivas do idioma, uma vez que a literalidade da comunicação seria inevitavelmente censurada. Afinal, vivíamos sob uma ditadura implacável e inescrupulosa. Para não ter problemas com o censor, Chico Buarque usava, entre outros recursos, figuras de linguagem como a metáfora, a alegoria e a paródia em boa parte de suas canções. Com isso, ele se valia ainda de um recurso semântico cuja interpretação do significado das suas palavras, versos e expressões, tinham sempre um caráter conotativo e polissêmico.

Com essa legítima estratégia, diversas de suas canções passaram pela censura. Em algumas delas lhe foi sugerido fazer algumas modificações para serem aprovadas e ele as fez, mas nada que mudasse a intenção do seu texto poético. Ainda assim, o álbum de sua autoria intitulado Calabar, de 1973 foi inteiramente censurado. Tratava-se da trilha sonora de uma peça de teatro também de sua autoria com o mesmo nome. Mas talvez o maior drible de Chico Buarque na censura tenha ocorrido em 1974, quando lançou o álbum Sinal Fechado. Ele gravou canções da autoria de outros compositores, e apenas uma era sua. Chama-se Acorda amor, mas não tem seu nome como autor, e sim o pseudônimo por ele escolhido, que se chamava Julinho da Adelaide. A censura não percebeu, aprovou, liberou e pronto, ficou tudo bem.

Pelo que vimos até aqui, Roberto Carlos e Chico Buarque, duas grandes referências da nossa música popular há mais de cinquenta anos, possuem carreiras paralelas, mas muito diferentes no plano estético e especialmente no tocante ao próprio discurso de cada um. As respectivas funções poéticas das suas canções, como vimos acima, embora não sejam convergentes, não são também divergentes como explico na narrativa do texto. Isto é importante sim, mas por diversos motivos, a relação de amizade, de cordialidade entre esses dois grandes artistas, não é menos importante para a história da nossa música popular como vamos ver agora.

Há mais de trinta anos, a Rede Globo de Televisão vai ao ar com seu tradicional programa de natal apresentando Roberto Carlos Especial. No ano de 1993, entre os convidados estava lá Chico Buarque. Desde os anos de 1970, época da ditadura militar, ele que não tinha um bom relacionamento com a Rede Globo, foi proibido em toda a sua programação. No entanto, em ainda 1993, momentaneamente deixou o problema de lado e aceitou o convite do amigo Roberto Carlos. Até porque, já vivíamos uma democracia e as proibições pereceram, sobraram apenas ressentimentos.
Caro leitor, melhor do que minhas palavras para explicar esse encontro histórico entre os dois, são as palavras sinceras e emocionadas do Rei Roberto Carlos. Antes de anunciar Chico Buarque ao palco, ele começa a cantar a canção Carolina de autoria do seu amigo, composição de 1967. Intencionalmente, antes de terminar a interpretação desta música ele para de cantar e inicia a apresentação de Chico Buarque exatamente assim:

“Um dos maiores, senão o maior compositor que o Brasil já conheceu em todos os tempos de sua história; o maior pra mim!! Francisco Buarque de Holanda!!! Meu orgulho, minha alegria, a minha felicidade, a minha satisfação!!! Que alegria, que alegria Chico, quanto tempo eu esperava por esse momento, que bom rapaz!!!”

Chico responde: “eu também, ensaiei vinte anos pra vir aqui”.

A emoção e o orgulho com que Roberto Carlos apresentou Chico Buarque em seu programa foi completamente diferente de outras ocasiões. Ele estava totalmente tomado pela emoção e em nenhum momento tentou dissimular. Foi espontâneo em tudo, até no longo e apertado abraço com beijo de afeto no rosto do amigo. O Rei, enfim, depois de tantas tentativas, finalmente realizou o desejo levar seu ídolo ao Roberto Carlos Especial, em 1993.

Passados treze anos daquele encontro entre amigos, o jornalista Paulo Cesar de Araújo publicou a biografia não autorizada de Roberto Carlos em 2006, e causou uma grande polêmica. Na tramitação do processo movido pelo Rei para vetar a venda do livro, a justiça acolheu sua reivindicação e a obra foi recolhida. Paulo Cesar, no entanto, recorreu da decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, finalmente, em junho de 2015 ganhou a causa. Após essa decisão final, houve muitas manifestações contra e a favor do Rei Roberto Carlos. Tudo girava em torno do direito à liberdade de expressão, da censura e do contraponto de invasão da privacidade.

Com a decisão do Supremo, a justiça deu o caso por encerrado. Convém se observar, porém, que a própria justiça tem duas interpretações para o mesmo caso. A primeira decisão foi favorável ao Rei Roberto Carlos, mas a segunda deu ganho de causa a Paulo Cesar de Araújo, mas não totalmente. Talvez a fala mais esclarecedora e que sintetiza a decisão do STF tenha sido a do Ministro Dias Toffoli quando diz: “este dispositivo que estamos a julgar não está dando nenhum tipo de autorização plena ao uso da imagem das pessoas, ao uso da vida privada das pessoas de uma maneira absoluta, por quem quer que seja, havendo ainda a possibilidade de intervenção judicial no que pertine aos abusos, às inverdades manifestas, aos prejuízos que ocorram a uma dada pessoa. Isso não é censura, nem afronta à liberdade de expressão.”

Perfeita e inteligente interpretação. Se por um lado, o STF é a maior instituição jurídica do país, por outro lado, há que se considerar uma divergência de opiniões e interpretações jurídicas para o mesmo caso dentro do poder judiciário. Vale ainda registrar, que ambas as decisões, uma a favor de Roberto Carlos e a outra contra, foram tomadas tenho como base, evidentemente, a Constituição brasileira.

Em entrevista ao médico e escritor Dráuzio Varela, Paulo Cesar de Araújo afirma não haver como estabelecer limite sobre o que se abordar ou não, em uma biografia. Em suas palavras fica assim: “… o que não se pode é proibir porque não é possível estabelecer o limite …”. Pois bem, mas a coisa não é bem assim. As palavras do Ministro Dias Toffoli apontam para uma solução muito inteligente e que poderá resolver futuramente questões similares a esta.

De minha parte, quero sugerir ao biógrafo Paulo Cesar, que é possível sim, estabelecer limite sobre o que se abordar ou não, em uma biografia autorizada ou não autorizada, tanto faz. Para isso, basta ser sempre ético com seus biografados, e isso não aconteceu no caso da biografia de Roberto Carlos. A ética é algo fundamental e que se deve manter sem tergiversações. Especialmente quando alguém se propõe a escrever sobre a vida alheia, seja esta pessoa desconhecida, figura pública ou uma celebridade, como é o Rei Roberto Carlos. Se tivesse acontecido isso, teria grandes chances de dar certo, e não haveria necessidade de invocar a justiça. O que não se pode é deixar a ética de lado, talvez até por conveniência à procura do sucesso, não se sabe, alegando o cerceamento da liberdade de expressão e o direito ao livre arbítrio. A ética nunca será incompatível com nossa condição humana, devemos respeitá-la sempre. É plenamente compatível a coexistência dos valores morais e éticos, com a liberdade de expressão e o direito ao livre arbítrio. Seria ainda de grande valia para Paulo Cesar, ler o parecer do Ministro Dias Toffoli. Temos muito a pensar e a aprender com suas palavras.

Finalizo aqui registrando o que escreveu Chico Buarque, ao defender o Rei Roberto Carlos acusado de ter censurado sua biografia escrita por Paulo Cesar de Araújo. Este jornalista tornou-se conhecido, não pela qualidade do seu trabalho biográfico, e sim pelas desavenças com o Rei Roberto Carlos, uma celebridade não apenas da música popular brasileira, mas da canção internacional.

Em seu artigo intitulado Penso eu, publicado no jornal O Globo em 16/10/2013, Chico Buarque inicia a defesa de seu amigo Roberto Carlos, com uma fina ironia quando diz o seguinte: “pensei que o Roberto Carlos tivesse o direito de preservar sua vida pessoal. Parece que não. Também me disseram que sua biografia é a sincera homenagem de um fã. Lamento pelo autor que diz ter empenhado 15 anos de sua vida em pesquisas e entrevistas com não sei quantas pessoas, inclusive eu. Só que ele nunca me entrevistou.” Um pouco mais tarde, Chico Buarque se desculpou com Paulo Cesar de Araújo. Lembrou que realmente deu uma entrevista ao jornalista, mas não exclusiva sobre sua relação de amizade com Roberto Carlos. Ao longo de todo o texto, há diversos exemplos de invasão de privacidade mencionados. Todos eles, claro, rechaçados por Chico Buarque. Mas é no último parágrafo que está a síntese de todo o artigo e do assunto que trata da censura e invasão da privacidade. Vejamos:

“Nos anos 70 a TV Globo me proibiu. Foi além da Censura, proibiu por conta própria imagens minhas e qualquer menção ao meu nome. Amanhã a TV Globo pode querer me homenagear. Buscará nos arquivos as minhas imagens mais bonitas. Escolherá as melhores cantoras para cantar minhas músicas. Vai precisar da minha autorização. Se eu não der, serei eu o censor.”

Pois é, este foi um momento em que o ídolo do Rei decidiu usar seu talento no trato com as palavras para fazer justiça à sua majestade e, por extensão, a si próprio.

(*) Waldenyr Caldas é professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

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