O que vai faltar neste Natal?
A redução das desigualdades e a justa utilização das verbas públicas, reduzindo-se a burocracia, e o desperdício, e o descarte inadequado; são processos fundamentais para um bem viver saudável.. Neste contexto, não é difícil percebermos que vivemos em um período único na história do Brasil com a gasolina em várias cidades com seu preço de consumo acima de R$ 4 reais. Somos testemunhas de uma era de enormes carências de conhecimento, afetividade e espiritualidade. Nossa sociedade está dominada por princípios voltados quase que exclusivamente para o lucro e a manipulação pelo poder político, social, econômico, religioso e interpessoal.
Em tempos de Whatts App, sabemos o preço de tudo que nos cerca, mas não sabemos o valor de quase nada. O próprio conforto material, não tem sido alavanca suficiente para a busca da felicidade. Faltam as verdadeiras amizades, os nossos heróis... faltam os verdadeiros laços familiares...falta acreditar na esperança e em algo superior a nossa dimensão de raciocínio: Deus. Percebemos enfim, a ausência de referenciais interiores se relaciona a muitas das patologias sociais que testemunhamos no Brasil, e no mundo, como o aliciamento dos jovens pelas drogas e os índices alarmantes de violência crescente e o desamor e a ingratidão imperando.
Num primeiro olhar assim como a estética está relacionada com a construção do belo, com a busca da perfeição na arte, o carinho e a gentileza entre as pessoas, está relacionado à busca ideal da convivência social e familiar. E quando se fala em relacionamento com "o outro" estamos definindo o conceito de cidadania. Aliás, ouso dizer, a convivência e a interação entre os diversos indivíduos impõem alguns limites a liberdade. O cidadão feliz é aquele que conhece os seus direitos e os direitos dos outros e sabe que algumas coisas realmente necessitam de serem feitas ou ainda: ditas; para que todos possam usufruir de um bem estar maior
A banalização dos valores culturais nacionais, a cultura de massa e a conseqüente alienação, a desesperança diante da ausência de futuro, formam a contracultura da globalização O que pensar dessas coexistências, o que elas significam? Como orientar nossas ações sem desconsiderar o quanto de contradições e oportunidades existem nelas? Penso, em primeiro lugar, que não devemos nos apressar a responder a essas questões, nem tratá-las como diferenças intransponíveis ou, menos ainda, negar sua existência. Essas coexistências evocam muito mais perguntas do que nos oferecem oportunidades de respostas; mas, com certeza, abrem um espaço fundamental de convivência e tolerância que ainda precisa ser bastante conhecidas e exploradas e alguém sempre precisa dar o primeiro passo sem esperar que o outro venha a você, ou interprete errado o que você disse ou fez. Por isso em qualquer relação abalada, desacreditada ou desfeita, alguém tem de se pronunciar pela paz e pela harmonia. Seja você o arauto. Não se preocupe com os contrários ou adversários. Ainda há tempo pra ser feliz e é mais feliz aquele que luta pelo que acredita e ouve as súplicas do próprio coração, sabe que a gratidão é uma virtude, a gentileza com o próximo uma necessidade; e que o arquiteto do universo esperando para nos dar o galhardão, que nos convém.
(*) Rosildo Barcellos é professor e articulista.
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