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Por escolas abertas para todos

Talita Martins (*) | 19/01/2021 15:30

Chegamos a 2021. Ficamos, na maior parte do ano de 2020, sem aulas presenciais. Batemos a triste marca de 10 meses de crianças e adolescentes fora do ambiente escolar.

O tempo passou e pouco se viu sobre manifestações e ações efetivas a favor do retorno das aulas presenciais. Sempre houve um pequeno movimento por parte das escolas particulares para que isso ocorresse. Mas, me pergunto, como educadora, onde estão os meus pares que escolheram como profissão lecionar, coordenar ou dirigir uma instituição de ensino, que não se manifestam pela abertura das escolas? Onde está a sociedade que quer e precisa de uma vacina, criada por pessoas que um dia estiveram em um banco de escolar no admirável trajeto para serem cientistas, médicos, enfermeiros? Onde estão os pais que precisam continuar trabalhando e gerando renda e que desejam um futuro melhor para seus filhos?

Sim, podemos nos manifestar, mesmo em tempos pandêmicos, com segurança e de forma pacífica. Temos muitos meios e ferramentas para fazermos isso. O futuro de qualquer nação está na educação do seu povo, mesmo em meio a uma séria pandemia. A educação é prioridade, mas não é isso que estamos demonstrando aos nossos jovens com tantos outros segmentos abertos e funcionando com poucos critérios sanitários.

No começo, entendíamos o motivo de tanto silêncio. Mas com o decorrer dos meses, a ciência e a medicina nos trouxeram informações concretas sobre a pandemia e como o vírus se comporta. Sabemos que o grupo de crianças é a população que menos contrai a doença, consequentemente menos transmite. Temos como exemplo grandes nações que fecharam as escolas por dias e/ou semanas e logo retomaram as atividades presenciais. Isso nos trouxe experiências positivas sobre o comportamento do vírus na escola e a interferência disso na comunidade.

No final do ano passado, o Jornal Hoje divulgou a informação de que, mesmo diante de um aumento significativo de casos de COVID-19, cidades dos Estados Unidos, do Japão e da Coreia do Sul se cercaram de cuidados sanitários e mantiveram as escolas abertas. Em nota, a Organização Mundial de Saúde (OMS) encorajou que os países mantivessem as escola abertas.

Na França, por exemplo, foi iniciado no dia 10 de janeiro um toque de recolher mais rígido, mas as escolas continuam abertas. “Mais de doze milhões de alunos da pré-escola, ensino fundamental e médio participaram do programa de ‘volta às aulas’ após as duas semanas de férias de Natal, no que o Ministério da Educação considera um exercício de normalidade”. Informação da agência internacional de notícias EFE.

Estamos em janeiro de 2021. Você sabe como e quando será o retorno das aulas nas escolas públicas e privadas da sua cidade? Você já parou para pensar sobre onde nossas crianças e adolescentes de baixa renda estão? Como estão vivendo? O que estão fazendo? E nós, o que estamos fazendo para ajudar todos eles?

Entendo que a pandemia seja algo que nos preocupa e que, infelizmente, muitas pessoas próximas e distantes não resistiram ao vírus. Sei que muitos perderam empregos, que o mundo foi impactado financeiramente. Entretanto, não podemos deixar que nossas crianças paguem a maior parte dessa conta. Lugar de criança e adolescente é na escola.


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