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Cidades

A cada 2 dias, 1 é preso por suspeita de integrar crime organizado

Balanço foi divulgado nesta segunda-feira após troca de gestão da adminstração superior do grupo do MPMS

Por Ana Paula Chuva | 13/05/2024 16:07
Policiais do Gaeco durante cumprimento de mandado em maio de 2023 (Foto: Marcos Maluf | Arquivo)
Policiais do Gaeco durante cumprimento de mandado em maio de 2023 (Foto: Marcos Maluf | Arquivo)

Balanço divulgado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) mostra que no Estado a cada dois dias ao menos uma pessoa foi presa por suspeita de integrar o crime organizado. Os mandados foram cumpridos entre 2022 e 2024 e os dados foram divulgados nesta segunda-feira (13), após troca de gestão do departamento.

Conforme os dados, durante o biênio da recém-encerrada administração superior do Gaeco foram realizadas 32 operações que resultaram no cumprimento de 412 mandados de prisão em 730 dias. Além disso, também foram executados 576 ordens judiciais de busca e apreensão e analisados dados de 531 dispositivos eletrônicos de operações próprias e 67 em apoio a outras instituições públicas, bem como autuou 72 em apoio a Ministérios Públicos de outros Estados e Promotorias de Justiça do Interior de MS.

Só nos primeiros meses de 2024, foram feitas ao menos quatro operações. No dia 3 de janeiro o Gaeco deflagrou a 3ª fase da operação Successione contra o jogo do bicho e teve a primeira ação em dezembro do ano passado. Um dos alvos foi o deputado estadual Roberto Razuk Filho (PL), o Neno Razuk.

Já em 20 de fevereiro, o grupo deu apoio à operação que tinha como alvo integrantes do Comando Vermelho que atuavam em apoio ao chefe da facção no Mato Grosso. Na ocasião, foram cumpridos mandados de busca e apreensão no endereço de advogados ligados à Miro Arcângelo Gonçales de Jesus, o “Miro Louco”.

Em março o grupo cumpriu 21 mandados de prisão durante a operação Snow. Os alvos integravam rede de tráfico de cocaína que contava com policiais, empresários e até assassino. Dois investigadores da Polícia Civil foram presos na ação, Anderson César dos Santos Gomes e Hugo César Benites, ambos lotados na delegacia de Ponta Porã.

No mês de abril foram deflagradas duas operações pelo Gaeco. A primeira delas, foi a 3ª fase da Tromper no dia três. Na ocasião foram oito prisões, uma delas a do vereador e ex-secretário Municipal de Finanças, Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o “Claudinho Serra” (PSDB), que foi solto dias depois com uso de tornozeleira eletrônica.

E a mais recente, a operação Last Chat que foi um desmembramento da investigação da operação Courrier. A ação teve como alvos policiais militares, servidores público e advogados que atuavam na quadrilha de tráfico de drogas e armas chefiada por Rafael da Silva Lemos, conhecido como “Gazela” ou “Patrão”, que fugiu do presídio em dezembro de 2023.

Ao todo foram cumpridos 21 mandos de prisão e entre os presos estavam três advogados que eram investigados por suspeita de integrarem o PCC (Primeiro Comando da Capital), Paula Tatiane Monezzi, Cybelle Bezerra da Silva e Lucas Eric Ramires dos Santos.

Troca de gestão – A troca de gestão também foi divulgada nesta segunda-feira. Com isso, os promotores de Justiça Marcos Roberto Dietz e Luiz Eduardo de Souza Sant’Anna Pinheiro, Campo Grande e Dourados, respectivamente, deixam o Gaeco.

Marcos Roberto estava no grupo há 12 anos e agora assume a 72ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, especializada na área da Saúde. Para ele, saída do Gaeco vem com a sensação de dever cumprido.

“Para mim foi uma grande honra integrar o Gaeco. Saio com o sentimento de dever cumprido, eis que sempre procurei dedicar o meu melhor, com muita responsabilidade. Eventuais falhas, inerente a todo ser humano, decorreram principalmente da vontade de ver a justiça prevalecer”, disse.

Quem assume em Campo Grande é o promotor de Justiça Moisés Casarotto que espera dar continuidade ao trabalho já feito pelo grupo em defesa da sociedade de Mato Grosso do Sul. Em 2023, ele atuou no Tribunal do Júri durante o julgamento da morte do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, derivado da investigação da operação Omertà.

Na Capital, a promotora de Justiça Ana Lara Camargo de Castro continua na coordenação do grupo junto com os promotores de Justiça Tiago Di Giulio Freire, Gerson Eduardo de Araujo e Antenor Ferreira de Rezende Neto.

Já em Dourados quem assume o comando do Gaeco é a promotora de Justiça Rosalina Cruza Cavagnolli.

Promotores de Justiça responsáveis pelo comando do Gaeco em Mato Grosso do Sul (Foto: Divulgação | MPMS)
Promotores de Justiça responsáveis pelo comando do Gaeco em Mato Grosso do Sul (Foto: Divulgação | MPMS)

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