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Cidades

À frente da cidade futurista Neom, príncipe saudita vem a MS falar de inovação

"O projeto mais ambicioso do mundo", diz Fahad bin Mansour sobre projeto que liga tecnolohgia e energia limpa

Por Lucia Morel | 21/11/2024 18:10
Príncipe Fahad bin Mansour bin Nasser bin Abdulaziz Al Saud, da Arábia Saudita. (Foto: Reprodução)
Príncipe Fahad bin Mansour bin Nasser bin Abdulaziz Al Saud, da Arábia Saudita. (Foto: Reprodução)

À frente da primeira cidade do futuro, que integra tecnologia, energias renováveis e controle total de poluentes, o príncipe Fahad bin Mansour bin Nasser bin Abdulaziz Al Saud, da Arábia Saudita, que já esteve no Brasil em setembro para evento em São Paulo, se prepara para desembarcar no começo de dezembro em Mato Grosso do Sul para evento corporativo.

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O príncipe saudita Fahad bin Mansour bin Nasser bin Abdulaziz Al Saud visitará o Mato Grosso do Sul em dezembro para um evento corporativo, promovendo inovação e empreendedorismo alinhados à Visão 2030 da ONU. Ele é figura central no ambicioso projeto Neom, uma cidade futurista de US$ 1 trilhão, que inclui a inovadora The Line, uma megalópole linear com transporte de alta velocidade e serviços a cinco minutos de caminhada. Apesar do projeto grandioso, que prevê sediar eventos como a Copa do Mundo de 2034 e os Jogos Olímpicos de Inverno de 2029, Neom enfrenta sérias denúncias de violações de direitos humanos, incluindo trabalho escravo e mortes de trabalhadores da construção civil, principalmente imigrantes.

Voltado para ações de inovação e empreendedorismo, o príncipe mantém negócios nos setores de viagens, turismo, design e eventos. No evento em dezembro, da Know How Experience, o príncipe é apresentado como alinhado à Visão 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas) para o desenvolvimento sustentável.

Também atua, incentiva e promove a inovação e o empreendedorismo, além de estar envolvido em iniciativas filantrópicas e projetos de desenvolvimento social. O megaprojeto da cidade do futuro, a Neom, é ambicioso e conta com investimento de pelo menos 1 trilhão de dólares até agora.

A cidade será dividida em regiões - Magna, Oxagon, Sindalah, The Line e Trojan - cada uma com especificidades tecnológicas de setores diferentes. Das cinco, a mais audaciosa será The Line, que terá formato linear e será composta por dois arranha-céus espelhados frente a frente, que terão comprimento de 170 quilômetros e altura de 500 metros.

Projeto da área vertical, The Line, dentro de Neom. (Foto: Reprodução)
Projeto da área vertical, The Line, dentro de Neom. (Foto: Reprodução)

Não haverá carros e o transporte será feto através de trens de alta velocidade operados por inteligência artificial, que cruzarão a cidade em apenas 20 minutos. A ideia é que todos os serviços essenciais estejam a uma caminhada de cinco minutos de distância, tornando a vida urbana mais eficiente e conveniente.

Além disso, The Line deverá apresentar um estádio de futebol inovador para sediar a Copa do Mundo da FIFA em 2034, que será na Arábia Saudita.

Em entrevista ao site Metrópoles, em setembro, Fahad bin Mansour disse que “Neom não é apenas o maior projeto de construção do mundo, mas também representa uma visão ousada e futurista, tornando-o o projeto mais ambicioso do mundo. Ele está sendo desenvolvido em fases, um progresso significativo já está em andamento”.

Sobre as regiões dentro da cidade, disse que “um dos primeiros marcos importantes será a conclusão da luxuosa Ilha Sindalah no final de 2024 ou início de 2025. Trojena virá em seguida, sediando os Jogos Olímpicos de Inverno da Ásia em 2029, enquanto The Line está definido para apresentar um estádio de futebol inovador para sediar a Copa do Mundo da FIFA em 2034”.

Há entretanto o lado sombrio de todo esse avanço, com denúncias de morte de trabalhadores da construção civil e trabalho escravo. Estima-se que 21 mil já tenham morrido, em sua maioria imigrantes, vindos de países em desenvolvimento, como Bangladesh, Índia e Nepal.

Imagem de início das obras da megalópole em fevereiro deste ano. (Foto: Divulgação NEOM)
Imagem de início das obras da megalópole em fevereiro deste ano. (Foto: Divulgação NEOM)

O dado faz parte do documentário “Kingdom Uncovered: Inside Saudi Arabia” (Reino Descoberto: por dentro da Arábia Saudita, em tradução livre), em que sobreviventes denunciam que esses imigrantes eram tratados como "mendigos", forçados a jornadas extenuantes de 16 horas diárias, sem pausas adequadas.

Há ainda denúncia de  ex-oficial de inteligência do país, coronel Rabih Alenezi, atualmente exilado no Reino Unido, que diz ter recebido ordens para despejar moradores de um povoado, no intuito de abrir caminho para a construção de The Line, parte do projeto da cidade futurística de Neom.

Negócios - Em setembro, no Brasil, houve acordo, firmado entre a Evision (Entrepreneurship Vision) e a CCAB (Câmara de Comércio Árabe-Brasileira), para fortalecer o intercâmbio de startups e fomentar a cooperação entre os ecossistemas de inovação dos dois países.

A colaboração estratégica visa promover o comércio, o investimento, o turismo e os intercâmbios culturais entre a Arábia Saudita e o Brasil, apoiando empreendedores sauditas e brasileiros em sua expansão internacional. Com foco em estabelecer uma base sólida para o crescimento de startups, a parceria busca fornecer o apoio essencial para o desenvolvimento de novas tecnologias e facilitar o acesso a novos mercados.

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