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Cidades

Ambulatório para reabilitação da covid-19 atendeu 233 pacientes em 7 meses

Alguns precisaram de cadeira de rodas e outros passaram a desenvolver depressão

Tainá Jara | 17/04/2021 13:01
Atendimento com fiosterapeuta no centro de reabilitação, em Campo Grande (Foto: Divulgação/Apae)
Atendimento com fiosterapeuta no centro de reabilitação, em Campo Grande (Foto: Divulgação/Apae)

Primeiro ambulatório público criado para reabilitação de pacientes covid-19 do País, localizado em Campo Grande, atendeu 233 pessoas com sequelas resultantes da infecção em sete meses de funcionamento.

O Cer/Apae (Centro Especializado em Reabilitação da APAE), inaugurado em setembro de 2020, é destinado para tratar pacientes curados da doença, porém com sequelas. O ambulatório já recebeu pacientes que perderam o paladar, tiveram sequelas motoras, respiratórias e até psicológicas, que precisam de reabilitação com uma equipe multiprofissional. A unidade atende desde crianças até idosos.

Em seis meses, o ambulatório teve 299 vagas solicitadas, via Sisreg (Sistema de Regulação), 233 pacientes atendidos, tendo 20 pessoas recebido alta dos atendimentos e 10 desistentes.

Conforme supervisora do setor de fisioterapia, Sarita Baltuilhe, as principais sequelas que observamos são: falta de ar, tosse, cansaço extremo, fadiga, dificuldade de andar (frequentemente com necessidade de cadeiras de rodas), dependência nas atividades da vida diária, dificuldade na deglutição e mastigação, depressão, ansiedade, pânico, medo, déficits cognitivos (como alterações da memória), perda de peso, casos de AVC (Acidente Vascular Cerebral), complicações cardíacas (arritmias, miocardites, insuficiência cardíaca), diabetes, polineuropatias (distúrbio dos nervos), que apresentam os principais sinais: formigamento e dormência, dor em queimação e fraqueza muscular”.

A fisioterapeuta ressalta que os problemas são encontrados mesmo nos pacientes que tiveram contato com a forma mais branda da doença, e não somente em casos graves, como por exemplo, os pacientes que ficaram hospitalizados com necessidade de intubação.

A unidade também conta com serviço social para acolhimento dos pacientes. De acordo com a assistente social Teresa Pereira de Souza, supervisora do setor na unidade, a maior dificuldade encontrada no paciente é ter outro familiar com a doença, internado ou em óbito.

“Percebemos muito medo e ansiedade na maioria deles. Uma questão que também tem preocupado bastante é a falta de recurso financeiro, devido ao adoecimento. Grande parte deles são autônomos e acabam ficando sem renda e com falta de perspectiva para o futuro”, afirmou.

Funcionamento  - Os pacientes que ficaram com sequelas após terem sido infectados pelo novo coronavírus devem procurar uma Unidade Básica de Saúde e solicitar encaminhamento para o Cer/APAE, via Sisreg.

O ambulatório é o primeiro 100% SUS (Sistema Único de Saúde) do Brasil. O local conta com profissionais altamente capacitados em reabilitação/habilitação e cuidados paliativos, como médico fisiatra, médico cardiologista, médico pediatra, médico neurologista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, enfermagem, nutricionista, psicólogo, assistente social e fonoaudiólogo.

Pode ser atendidos pacientes dos municípios de Alcinópolis, Anastácio, Aquidauana, Bandeirantes, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Camapuã, Campo Grande, Caracol, Chapadão do Sul, Corguinho, Costa Rica, Coxim, Dois Irmãos Buriti, Figueirão, Guia Lopes da Laguna, Jaraguari, Jardim, Maracaju, Miranda, Nioaque, Nova Alvorada do Sul, Paraíso das Águas, Pedro Gomes, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Rio Negro, Rio Verde de MT, Rochedo, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia, Sonora, Terenos.

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