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Cidades

Após passar "dia todo" no ambu, mulher é intubada na UPA e família luta por vaga

A família de Alessandra Xavier, 45 anos, entrou na Justiça em busca de vaga em UTI hospitalar

Silvia Frias | 03/06/2021 11:29
Alessandra passou a noite de segunda para terça em cadeira, segundo familiares (Foto: arquivo familiar)
Alessandra passou a noite de segunda para terça em cadeira, segundo familiares (Foto: arquivo familiar)

A família de Alessandra Teodoro Xavier, 45 anos, entrou com recurso no plantão judiciário de Campo Grande em busca de vaga na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Com diagnóstico de covid confirmado desde ontem (2), o relato é de que ela chegou a ficar no ambu (acessório para manter o paciente respirando manualmente) antes de ser intubada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Nova Bahia.

A ação de obrigação de fazer, com pedido de tutela de urgência foi protocolado ontem à noite para análise do plantão judiciário e ainda não foi julgado.

Documento anexado ao processo, sobre transferência para UTI (Foto/Reprodução)
Documento anexado ao processo, sobre transferência para UTI (Foto/Reprodução)

O filho, de 26 anos, que preferiu não ter nome divulgado, contou que  a mãe estava se sentido mal há duas semanas. No domingo, 23, começou a ter os primeiros sintomas. Na terça-feira (25), com dor no corpo e febre alta foi até a UPA Nova Bahia. No exame de sangue atestou dengue e anemia e foi medicada.

Ainda passando mal, foi submetida a teste de covid no sábado (29). No dia seguinte, domingo (30), ainda estava sendo tratada com dengue, passou mal, chegou a desmaiar e foi levada para a UPA. Como a unidade estava lotada, o filho a levou ao Proncor, onde foi medicada para dengue e orientada a se hidratar.

Alessandra continou passando mal, com falta de ar, e acabou sendo internada na segunda-feira (31) na UPA Nova Bahia. “Ela ficou na máscara, depois passou o dia todo na ventilação manual (ambu) e depois foi intubada”, contou o filho.

O rapaz conta que, antes da mãe ser intubada, chegou a vê-la sentada em cadeira, tomando medicação, mas ainda sem oxigênio. “Eu fui entrando no posto, procurando enfermeira para atender minha mãe”, lembra. Ele também disse que Alessandra passou a noite de segunda para terça-feira sentada na cadeira e somente à noite foi para cama hospitalar.

Nos documentos obtidos pela família para a ação, consta que Alessandra precisa de internação em UTI. No pedido, também é citado o período em que foi usado ambu para que Alessandra pudesse respirar. “(...) é impreterioso dizer que no caso em tela, atualmente a requerente está desde 6h da manhã fazendo uso de ventilação  manual, ou seja, em razão do fato de não possuir condições no UPA, uma pessoa está fazendo o papel da máquina de respiração e deixando a requerente viva”.  Alessandra tem sobrepeso e tem pressão alta, mas não faz uso de remédio regular, segundo a família.

O filho informou, ainda, que está comprando o medicamento ceftriaxona para o tratamento da mãe. O remédio é usado para infecções.

As advogadas Lariane e Lauane Ferreira Rocha pedem transferência urgente para hospital público e, caso não seja possível, que a prefeitura de Campo Grande viabilize vaga para unidade particular.

A assessoria da Sesau informou que a paciente encontra-se em processo de regulação e, momentaneamente, não há previsão de transferência. Diz que todos os procedimentos realizados ocorrem seguindo os protocolos. A secretaria alega que os hospitais de Campo Grande estão operando no limite da capacidade, sendo que 40% das vagas de leitos de UTI existentes estão sendo ocupadas por pacientes do interior e até mesmo de outros estados.

De acordo com a secretaria, o município está buscando ampliar a capacidade de atendimento através da abertura de novos leitos para tentar absorver parte da demanda. Desde o início da pandemia, março de 2020, número de leitos de UTI passou de 116 para 338 leitos contratualizados na rede pública, privada e filantrópica.

*Matéria atualizada às 11h45 para acréscimo de informações

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