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Cidades

Capital segue com bandeira preta e 37 melhoram classificação

Governo estadual atualizou mapas do Prosseguir e ainda sustenta recomendação de lockdown em Campo Grande

Jones Mário | 31/07/2020 11:43
Mapa atualizado mostra situação de cada município em faixas de risco à covid-19 (Infográfico: Ricardo Oliveira)
Mapa atualizado mostra situação de cada município em faixas de risco à covid-19 (Infográfico: Ricardo Oliveira)

Campo Grande, Aquidauana e Miranda são os três municípios de Mato Grosso do Sul sinalizados pelo Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia) com bandeira preta, faixa de extremo risco para a pandemia de novo coronavírus. A maioria das cidades manteve ou piorou sua classificação em relação à última atualização, há duas semanas.

Os mapas revisados do Prosseguir (veja todos na galeria de imagens) foram apresentados hoje (31) pelo titular da Segov (Secretaria Estadual de Governo e Gestão Estratégica), Eduardo Riedel, durante transmissão ao vivo. Os resultados foram obtidos após análise dos indicadores de Saúde durante a 30ª semana epidemiológica, de 19 a 25 de julho.

A bandeira preta sinaliza o mais grave nível do programa de monitoramento, com recomendação de manter abertas apenas atividades consideradas essenciais (como alimentação, unidades de Saúde e postos de combustível), o chamado lockdown. A restrição é apontada como saída para garantir isolamento social e frear a curva de contágio pelo vírus. A faixa de risco ainda demanda melhorias na infraestrutura hospitalar.

Dos 79 municípios, quatro pioraram seu ranqueamento no Prosseguir. Aquidauana, hoje com 369 casos de covid-19 e 12 óbitos, saiu da zona vermelha, de alto risco, para a preta. Miranda (37 casos e duas mortes) saltou direto da faixa laranja, de risco médio, para a bandeira preta.

Já Ladário e Nova Alvorada do Sul, antes alaranjadas, foram tingidas de vermelho.

Para os enquadrados na faixa vermelha, como também estão Corumbá e Ponta Porã, as recomendações são funcionamento apenas de atividades essenciais e baixo risco, além de realinhamento do fluxo de regulação de leitos de UTI, expansão da capacidade destes leitos e reforço às barreiras sanitárias.

Os municípios do nível laranja, casos de Três Lagoas e Bonito, devem permitir atividades essenciais, de baixo e médio risco de contaminação, bem como providenciar EPIs para a força de trabalho, ampliar sua capacidade de testagem e o rastreio de contatos de casos confirmados.

Outras 38 cidades ficaram estagnadas nas classificações apontadas durante a 28ª semana epidemiológica, ao passo que 37 municípios demonstraram melhora.

Pela primeira vez desde a criação do Prosseguir, cidades foram rotuladas com bandeira amarela, de risco tolerável - Inocência e Glória de Dourados. Nestes locais, podem funcionar até atividades consideradas de alto risco. As recomendações na Saúde são conduzir pesquisas e análises avançadas, como inquéritos sorológicos; manter o rastreamento de contatos dos casos confirmados; e reforçar o monitoramento das populações mais vulneráveis ao vírus.

Nenhum município de Mato Grosso do Sul evoluiu para a bandeira verde, de risco baixo, quando até serviços não recomendados (festas, eventos esportivos, teatros e cinemas) podem funcionar.

Secretário de Governo Eduardo Riedel durante transmissão ao vivo de hoje (Foto: Chico Ribeiro/Governo de MS)
Secretário de Governo Eduardo Riedel durante transmissão ao vivo de hoje (Foto: Chico Ribeiro/Governo de MS)

Os dez indicadores de Saúde que definem o grau de risco dos municípios consideram a disponibilidade de leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva), de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), busca por contatos de casos confirmados, redução da mortalidade por covid-19, disponibilidade de testes, incidência na população indígena, redução de casos entre profissionais da saúde, redução de novos casos, fronteira ou divisa com estado que tenha aumento de casos, e necessidade de expansão de leitos.

Apelo - Durante a apresentação, Eduardo Riedel reforçou os critérios científicos do programa, elaborado em conjunto com a OPAS (Organização Panamericana de Saúde), braço continental da OMS (Organização Mundial de Saúde).

O secretário projetou “dias difíceis” nas próximas duas semanas e citou alerta feito pelo médico infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Julio Croda, que, no dia anterior, falou sobre um iminente colapso no sistema de Saúde da Capital diante da escalada de casos de novo coronavírus.

Temos que, de alguma forma, diminuir essa pressão [sobre os hospitais], e só tem uma maneira, que é aumentar o distanciamento, o isolamento, e evitar as aglomerações. Gostemos ou não, boa ou não, é uma saída, é a única solução para se evitar um número maior de perda de vidas”, apelou Riedel.

O secretário ainda salientou a autonomia dos municípios na tomada de decisões. No caso da Capital, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) optou por flexibilizar as medidas até então vigentes, com diminuição em uma hora do toque de recolher e liberação da maioria das atividades aos fins de semana, inclusive atendimento presencial em bares e restaurantes.

Boletim - Conforme dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Mato Grosso do Sul tem 24.936 casos confirmados de covid-19, com 376 mortes. A taxa de ocupação global dos leitos públicos de UTI na macrorregião de Campo Grande está em 90%.

Já mais recente boletim da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) aponta para 10.136 casos em Campo Grande, além de 127 mortes.

Confira a galeria de imagens:

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