Cepa mais potente do coronavírus já está em MS
Mais transmissível, a P1, a mesma que circula em Manaus, foi detectada em paciente de Corumbá
Mais transmissível, a variante P1 do novo coronavírus, a mesma que provocou caos na saúde de Manaus (AM), está em Mato Grosso do Sul. Teste feito em material coletado de paciente que ficou internado em Corumbá, a 419 km de Campo Grande, confirmaram que o homem, de 37 anos, ficou doente por causa da cepa, também considerada por alguns especialistas mais agressiva.
“Foi comprovado através de estudo de sequenciamento genético que ele é o primeiro paciente no Estado da variante P1”, afirmou o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, nesta manhã.
Morador do Centro de Corumbá, o homem apresentou os primeiros sintomas da covid-19 no dia 2 de janeiro. A suspeita, de que ele poderia ter sido contaminado com a mutação do coronavírus identificada em pacientes do Amazonas, veio quando o próprio paciente revelou ter viajado para Manaus pouco antes de sentir os sintomas.
O caso foi notificado para a Secretaria de Estado de Saúde no dia 9 do primeiro mês do ano. Depois que o homem passou pelo teste RT-PCR e resultado foi positivo, no dia 8, a amostra foi encaminhada para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, onde foi feito o sequenciamento genético dos vírus encontrados no material. O resultado do exame mais detalhado chegou ontem para a SES.
Portador da comorbidades - é imunodeprimido e tem obesidade -, o paciente chegou a precisar de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e ainda está em atendimento domiciliar para se recuperar das sequelas deixadas pela doença.
De acordo com o secretário, há vários outros casos suspeitos da variante em Mato Grosso do Sul e que a cepa já circula nas regiões de Corumbá – no oeste do Estado – e de Dourados – no sul. “Temos vários processos em investigação, tanto em São Paulo quanto em Minas Gerais. Tudo indica que essa variante não está só em Corumbá, mas também na região da Grande Dourados”.
A P1, identificada em Manaus e a mesma detectada em viajantes japoneses que estiveram no Amazonas, é mais transmissível e por isso, além de possivelmente já estar disseminada na capital amazonense, há evidências de que já tenha se espalhado pelo País. E mais, ninguém estaria livre de se contaminar, já que quem já pegou a covid-19 pode ter anticorpos somente contra a outra cepa, a B.1.1.28, mais predominante no Brasil.