Chefão da PF não comenta fugas na fronteira e quer evitar espetacularização
Diretor-geral da PF evita falar de casos específicos e enfatiza esforços conjuntos contra o crime organizado
Diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, que visitou Campo Grande nesta quinta-feira (11), optou por não comentar sobre as recentes fugas de narcotraficantes na fronteira do Estado. Ao ser questionado sobre o tema, ele destacou a importância da cooperação internacional e a necessidade de evitar a espetacularização das operações.
Um dos casos em destaque é o do empresário Ronaldo Mendes Nunes, foragido há três meses da Operação Sanctus, que investiga uma organização internacional de tráfico de drogas. A suspeita é de que Nunes esteja escondido no território paraguaio, protegido por figuras poderosas da região, incluindo Antônio Joaquim Gonçalves Mendes da Mota, conhecido como "Dom" e "Motinha".
"Mantemos um efetivo reduzido, porém dedicado e com amplo conhecimento da região, além de integração com os países vizinhos", afirmou Questionado sobre a necessidade de adotar um novo modelo para capturar criminosos que buscam refúgio na fronteira, o superintendente enfatizou a cooperação internacional como estratégia-chave no combate ao crime organizado.
"Não poderia comentar casos concretos. Mas criamos na nossa gestão uma diretoria de cooperação internacional, porque o crime organizado não tem fronteira, atua em vários países, a droga produzida num país transita por outro. Para essa temática, temos acentuada dinâmica de cooperação internacional, o nosso esforço é sempre nesse sentido, de fazer enfrentamento qualificado ao crime organizado", explicou Rodrigues.
Além disso, a PF tem adotado medidas para evitar a espetacularização das operações, evitando coletivas de imprensa sobre operações e se comunicando apenas por “notas oficiais”. De acordo com o diretor-geral, a medida tem como foco evitar erros e entregar resultados à sociedade sem expor os agentes envolvidos ou as pessoas investigadas.
“O que se pretende, de fato, é não repetir erros do passado, em que as operações ficavam personificadas na pessoa daqueles que atuavam nas operações em si. A ideia é que toda e qualquer operação da Polícia Federal, quer seja com resultados muito positivos, quer sejam aquelas que não tenham alcançado completamente os objetivos sejam sempre atribuídos ao órgão e nunca às pessoas que fazem parte do órgão. É a ideia da impessoalidade que nada mais nada menos significa o cumprimento dos mandamentos constitucionais. O foco é na qualidade da prova, comunicamos mediante nota, mas sem a espetacularização das nossas ações", concluiu o diretor.
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Matéria editada para correção de informações. Ao contrário do divulgado, as declarações foram do diretor-geral da PF e não do superintendente em Mato Grosso do Sul.