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Cidades

Curva do coronavírus na Capital segue bem abaixo do avanço no Estado

Infectologista atribui controle a medidas que evitaram casos importados e economia essencialmente de serviços

Tainá Jara | 18/05/2020 18:10
Média 19 casos por semana levou Capital a flexibilizar comércio (Foto: Fly Drone)
Média 19 casos por semana levou Capital a flexibilizar comércio (Foto: Fly Drone)

Campo Grande apresenta situação controlada de contaminação do novo coronavírus, mesmo tendo a maior população e sendo a primeira cidade com casos confirmados em Mato Grosso do Sul.  A curva média de confirmações segue muito abaixo da verificada no Estado.

A situação pode ser resultado de diversos fatores. Desde as medidas imediatas tomados diante da confirmação dos primeiros casos, até a predominância de economia baseada em serviços, que exige menos contato com pessoas de outros estados, avalia o infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Júlio Croda.

Mesmo com população de 885,7 mil habitantes, Campo Grande responde por menos de 30% dos casos confirmados. Até esta segunda-feira, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) contabilizou 613 pacientes  com o novo coronavírus, apenas 181 deles na Capital.

(Arte: Thiago Mendes)
(Arte: Thiago Mendes)

Conforme Croda, a situação na cidade é tranquila e poderia também ser assim nos outros municípios. “Mato Grosso do Sul explodiu as custas do Interior. Vivemos no momento três surtos, a partir de casos importados de outros estados que disseminaram a doença”, explicou.

Ajudaram a engordar casos da doença no Estado, nas últimas semanas, os surtos nas regiões de Guia Lopes da Laguna, em Dourados e em Ribas do Rio Pardo. Em questão de dias, os três municípios passaram a figurar entre os dez com maior incidência da doença no Estado.

“Todos estes três surtos estão relacionados a frigoríficos. Então é bom que as empresas tenham um plano para a contenção desse surto”, alertou.

Bastou uma semana para que os casos do Estado saltassem de 385 para 613. Até a semana 10, a média de registros era de 47,6 a cada sete dias. Na Capital, na última semana, houve aumento de 26 casos. A média anterior era de 19 a casa sete dias.

(Arte: Thiago Mendes)
(Arte: Thiago Mendes)

Júlio ressalta que a grande diferença entre as estratégias de prevenção adotadas na Capital, em relação ao Interior está no controle de pessoas externas.

“Toda grande epidemia começa com casos importados. Em algum momento, Campo Grande conseguiu controlar os casos importados iniciais. Diferente do interior, onde esses casos preponderaram na última semana”.

(Arte: Thiago Mendes)
(Arte: Thiago Mendes)

O predomínio de uma economia baseada no setor de serviços, conforme o infectologista, também ajuda a limitar a contaminação. Tal atividade, apesar de exigir contato direito com o público, não se desenvolve necessariamente com agentes externos.

 Indústrias como os frigoríficos e fábricas de celulosa, presentes de forma predominante em municípios do interior, ao contrário, trabalham essencialmente com a exportação de produtos para outros estados.

A covid-19 matou 16 pessoas em Mato Grosso do Sul, sendo cinco na Capital e o restante no Interior.

No Brasil, o número de casos confirmados ultrapassa os 245,5 mil, sendo 16,3 mil mortes. No Mundos, são 4,7 milhões de casos, sendo que 316,7 mil pacientes foram a óbito.

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