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Cidades

Diagnósticos de hanseníase caem 62% em MS durante a pandemia

Dados do Ministério da Saúde indicam queda em todo o País e campanha foi lançada para alavancar diagnósticos

Liana Feitosa | 30/01/2022 10:42
Campanha foi lançada por conta da queda exponencial dos diagnósticos no Brasil. (Foto: Secretaria de Saúde/RJ)
Campanha foi lançada por conta da queda exponencial dos diagnósticos no Brasil. (Foto: Secretaria de Saúde/RJ)

Queda acentuada nos diagnósticos de hanseníase preocupam no Brasil, o país com a maior incidência da doença no mundo. Em Mato Grosso do Sul, entre 2010 e 2019, a média de casos diagnosticados a cada ano era de 643, mas caiu para 243 casos nos últimos dois anos, segundo dados do boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

"Com a sobrecarga e enfraquecimento dos serviços de saúde na pandemia, o diagnóstico de novos casos de hanseníase despencou no Brasil em 2020 e 2021", alerta o conselheiro nacional de Saúde, Artur Custódio.

Diante dos dados alarmantes, a OMS (Organização Mundial da Saúde) lançou a campanha mundial “Não Esqueça da Hanseníase”, idealizada pelo embaixador da boa vontade da OMS para a eliminação da doença no mundo, Yohei Sasakawa.

Ainda de acordo com o boletim, em 2019, o Brasil registrou 27.864 novos casos da doença, enquanto que em 2020, esse número caiu para 17.979 e, em 2021, para 15.155.

"[Os dados] significam que, por conta da paralisação de políticas públicas de busca ativa de casos e das dificuldades de acesso aos serviços de saúde impostas pela pandemia e pela gestão da pandemia no Brasil, novos casos deixaram de ser registrados e, assim, pessoas que deveriam estar em tratamento ainda não contaram sequer com o diagnóstico", detalha Custódio, que também é coordenador nacional do Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas Pela Hanseníase).

São Julião é o hospital de referência no tratamento da doença em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
São Julião é o hospital de referência no tratamento da doença em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

A doença - Segundo o Ministério da Saúde, a hanseníase, também conhecida como lepra ou mal de Lázaro, é infecciosa e contagiosa, sendo transmitida através de secreções nasais, gotículas da fala, tosse e espirro. O período de incubação da doença é bastante longo, variando de três a cinco anos, e afeta a pele e os nervos do paciente. Sem tratamento, os casos não identificados correm risco de desenvolver um quadro de sequelas físicas irreversíveis e incapacitantes.

Os sintomas englobam sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades, diminuição da força muscular, com dificuldade para segurar objetos, além de manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato.

A hanseníase tem cura. O tratamento é via oral, feito pelo uso de dois ou três medicamentos, e é disponibilizado nas unidades de saúde por meio do SUS de forma gratuita. Em Campo Grande, o hospital de referência no tratamento da doença é o São Julião. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais fácil e rápida será a cura.

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