Distribuição de senhas é suspensa e revolta lactantes barradas em vacinação
Procura acima do esperado surpreendeu equipe e nova convocação deve ser feita pela Sesau
A procura das lactantes acima dos 30 anos pela vacina contra covid-19 superou as expectativa e causou confusão na porta do ginásio Guanandizão no fim da tarde, em Campo Grande. A coordenação optou em encerrar a distribuição de senhas, o que causou revolta em grupo de mulheres que ficou de fora da imunização.
“Foi assustador, não imaginava que ia dar tanto público assim”, disse o superintendente da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Marcos Rodrigues, responsável pela vacinação no Guanandizão.
Durante todo o dia foram distribuídas 300 senhas, que eram redistribuídas conforme a procura. O movimento foi incessante todo o domingo e, por conta dessa demanda, o coordenador decidiu encerrar a distribuição das vagas para atender o grupo que ainda permanece dentro do ginásio.
Até às 17h30, mais de 1,6 mil mulheres haviam recebido doses, conforme o Vacinômetro, que atualiza a contagem em tempo real no site da Prefeitura.
“Tem vacina para todo mundo, mas se eu ficar aqui, até a noite vai ter gente chegando para vacinar. É humanamente impossível”, explicou. Rodrigues estimando que a equipe deve permanecer até 20h para finalizar a vacinação contra covid-19.
Rodrigues disse que a nova convocação das lactantes deve ser feita pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
As mulheres que ficaram do lado de fora do ginásio ficaram revoltadas. O portão não havia sido fechado e elas chegaram em frente ao acesso principal, já para o lado de dentro das grades, mas foram barradas. Logo depois, a Guarda Civil Metropolitana foi acionada para organizar o tumulto e lacrou a entrada externa do ginásio.
Entre as que foram barradas, estava Laura Rodrigues, 30 anos, que mora no Bairro Nova Lima. “Eu não tinha com quem deixar o bebê, por isso que cheguei no fim da tarde”. Nervosa, não aceitou a justificativa.
“Estão falando que tem vacina e ninguém se responsabiliza de deixar a gente entrar, é o único lugar e fizeram um aglomeração do caramba”, disse Laura.
Juliana de Oliveira, 24, estava revoltada. “É falta de consideração e revoltante. E quem veio de longe para vacinar, como que fica?”.
Outra mulher, servidora pública, não quis divulgar o nome, mas também não se conformava com a fato de ter sido barrada. Moradora do Jardim Seminário, questionava que muitas não vão ter dinheiro para voltar outro dia.