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Cidades

Em julho, MS supera prognóstico de ocupação de UTIs esperado para agosto

No fim de junho, modelo matemático estimou ocupação de 200 leitos de UTI no mês que vem, mas internações chegaram a 220

Tainá Jara | 28/07/2020 17:14
Referência no tratamento da covid-19, Hospital Regional montou unidade de retaguarda (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)
Referência no tratamento da covid-19, Hospital Regional montou unidade de retaguarda (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)

A ampliação gradual de leitos parece adiar, mas as estatísticas mostram que a fórmula para fugir do colapso ainda não foi encontrada pelas autoridades de Saúde de Mato Grosso do Sul.

Antes do previsto, o Estado supera o prognóstico de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) divulgado no fim de junho e elaborado por pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

No relatório de 23 de junho, usando modelo matemático a partir de casos de covid-19 já registrados no Estado, a estimava para 11 de agosto era de que 200 pacientes precisariam de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O número superaria as 199 vagas disponíveis consideradas pelo estudo há um mês.

Mas boletim epidemiológico divulgado nesta terça-feira (28), pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), aponta que atingimos o patamar previsto duas semanas antes, com a ocupação de 220 leitos, sendo 141 públicos e 79 privados.

Em 6 de julho, a UFMS refez os cálculos e o estudo elaborado pelos professores Erlandson Saraiva (Instituto de Matemática) e Leandro Sauer (Escola de Administração e Negócios) passou  a estimar para o dia 26 de agosto 678 pacientes em leitos clínicos; e para o dia 16 de agosto 200 em UTIs.

O mês de agosto se mantém como previsão de colapso, no entanto, a velocidade da ocupação de leitos preocupa e as previsões variam conforme a ampliação de leitos públicos.

De acordo com a SES, há no momento 279 leitos de UTI existentes no Estado para tratamento de pacientes covid-19 e mais 101 em ampliação. Em relação aos clínicos, há 829 e 100 em ampliação.

No que se refere a Campo Grande, a previsão é de que haveria menos leitos hospitalares do que a demanda também no dia 11 de agosto. Pelo detalhamento, até lá a estimativa é de que 350 pessoas precisem de atendimento em leitos clínicos para covid-19, na Capital, mas a quantidade disponível é de 341 leitos.

Com relação à UTI, a previsão é que em 10 de agosto o colapso seja verificado, com 160 pacientes diagnosticados com a Covid-19 neste tipo de leito, e hoje há disponível 157 na Capital.

Levando em conta os últimos dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a cidade ainda não alcançou esses números, mas falta pouco. Até ontem, 262 pacientes estavam internados, 134 deles em Unidades de Terapia Intensiva na Capital, ainda 26 a menos que o previsto.

Errou de novo – O estudo aparece bem falho na contabilidade de testes positivos. Se comparada a realidade hoje com o estudo de maio, a diferença entre o previsto e o alcançado em Campo Grande é enorme.

No dia 5 de maio, a UFMS previa o pico de casos do novo coronavírus em Campo Grande para 21 de julho, com 2.960 pessoas infectadas. Mas a cidade já tinha 6.420 nessa data.

Mas em comparação com 23 de junho, a quantidade de testes positivos confirmados no Estado ficou abaixo da previsão da UFMS, com base no modelo Gompertz

Conforme os matemáticos indicaram no mês passado, os diagnósticos começariam a dobrar, em média, a cada 12 dias. Desta forma, a projeção era de mais de 23 mil casos confirmados em 21 de julho.

Mas na semana passada, no dia 21, eram 17.386. Ainda hoje esse número não foi atingido, e as confirmações, segundo a SES, chegaram a 22,4 mil nesta terça-feira, com 328 mortes.


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