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Cidades

Em Mato Grosso do Sul, mais de 10 mil crianças tiveram covid e 8 já morreram

MS tem taxa de 54 mortes e cada mil crianças internadas, em SP, por exemplo, o número cai para 30,9

Lucia Morel | 07/06/2021 15:22
Enterro de vítima de covid-19 em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
Enterro de vítima de covid-19 em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

Dados da plataforma Mais Saúde, da SES (Secretaria de Estado de Saúde), indicam 10.867 casos de covid-19 confirmados entre crianças de 0 a 9 anos de idade em Mato Grosso do Sul.

Em dados gerais, entre todas as unidades federativas do Brasil, MS está entre as que menos tiveram crianças dessa faixa etária mortas pela covid-19. Foram oito óbitos até maio deste ano, conforme dados do Sivep-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe). Isso, num universo de 148 internações.

Mas na comparação em cima de dados de crianças internadas, a cada mil, por exemplo, o dado muda. MS fica com uma taxa de 54 mortes e cada mil internações e São Paulo cai para 30,9 na mesma proporção.

Atualmente, a taxa de ocupação de leitos de UTI pediátricos em MS é de 160%, sendo que há apenas cinco vagas, mas há oito crianças internadas de forma improvisada.

Levantamento do Jornal O Estado de São Paulo revela que o Brasil é o segundo país no mundo com maior número de óbitos pela doença em crianças, perdendo apenas para o Peru, também na América Latina. Foram 32,6 mortes a cada 1 milhão. Na Inglaterra, por exemplo, a taxa cai para 0,5 a cada milhão.

Dentre os estados brasileiros com menos mortes, MS perde para Amapá, Tocantins, Acre e Distrito Federal. Os três primeiros tiveram cinco óbitos e o DF, seis. Maior número de óbitos por covid entre crianças de 0 a 9 anos ocorreu em São Paulo, com 101 casos num universo de 3.262 internações.

Como já  é de conhecimento geral, maioria das crianças têm quadros assintomáticos ou com sintomas leves de covid. Estudos recentes indicam que isso ocorra porque as crianças teriam menor quantidade de receptores do vírus ou maior exposição recente a outros coronavírus comuns, como os que causam resfiados, o que propiciaria uma proteção cruzada. Também é elencada a possibilidade de imunidade inata mais desenvolvida.

No entanto, nos raros, mas existentes casos de agravamento, ocorre a chamada SIM-P (Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica), que pode se manifestar em até 4 semanas depois da contaminação inicial pelo SARS-CoV-2.

Tal síndrome é caracterizada por febre persistente e inflamação em diversos órgãos, como o coração, o intestino e, em menor grau, os pulmões. A enfermidade também leva a dores abdominais, insuficiência cardíaca e convulsões.

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