Em meio ao crescimento de casos, isolamento social continua o mesmo no Estado
Movimentação da população teve pico no final de 2021, reduziu no começo deste ano, mas voltou ao mesmo patamar
Dados levantados pelo Campo Grande News mostram que a movimentação da população pelas cidades teve um pico no final de 2021, reduziu no começo deste ano, mas voltou ao mesmo patamar verificado em boa parte dos últimos anos - com movimento praticamente idêntico ao período anterior ao da pandemia.
No final do ano passado, Mato Grosso do Sul teve o maior índice de mobilidade urbana desde fevereiro de 2020, quando casos de covid-19 ainda não haviam sido confirmados em território estadual. Após este crescimento, houve uma redução na taxa, mas que retornou ao mesmo patamar dos últimos meses de 2021.
Desta forma, atualmente, a adesão ao isolamento social é semelhante à verificada antes do último período festivo, em meio ao atual crescimento de casos de coronavírus e influenza - vírus transmitidos a partir do contato com outras pessoas -, que tem feito lotar, por exemplo, centros de testagem em todo o Estado.
Conforme levantamento feito pela reportagem, com base em dados de mobilidade urbana fornecidos pelo Google, MS chegou a ter a menor taxa de movimentação nas ruas no fim de março de 2020, quando os primeiros casos da pandemia foram registrados pela SES (Secretaria Estadual de Saúde).
Naquele momento, mesmo com poucas infecções, gestores públicos decretaram medidas mais restritivas e a população, em geral, adotou isolamento com mais afinco, como mostram os dados. Praticamente todas as atividades mapeadas pela empresa tiveram redução na adesão - parques e recreação em geral, ida ao trabalho e movimentação no trânsito.
No entanto, o deslocamento até farmácias e comércio teve redução menor, enquanto a movimentação entre residências teve um crescimento.
Contudo, após este período, o índice voltou a crescer - ou seja, a população passou a ficar menos tempo em casa e a taxa ficou em nível semelhante ou pouco menor que o que acontecia no período anterior à pandemia, mas com algumas reduções na mobilidade em abril e junho de 2021, por exemplo, um dos piores momentos da pandemia - quando cerca de 50 morriam pela doença a cada 24 horas, conforme a SES.
Entretanto, a mobilidade voltou ao patamar anterior e, no final de 2021, teve o maior crescimento em toda a pandemia, sendo superior até ao período anterior antes da confirmação dos casos no Estado.
O fim do último ano teve uma explosão na mobilidade de indivíduos sul-mato-grossenses em praticamente todas as atividades, incluindo a de recreação em geral, como shows, espetáculos e outras ações, conforme a Google.
A semana do Natal foi a com maior taxa, de acordo com o levantamento da reportagem. Ainda que os dados do Ministério da Saúde sobre crescimento de casos demoraram a serem atualizados, neste período, verificou-se, recentemente, crescimento expressivo de infecções pelo coronavírus, aliado a uma epidemia de influenza H3N2, um dos subtipos da gripe ainda não contemplados pela atual vacina.
Após este período natalino e de Ano-Novo, o Estado chegou a ter uma redução na mobilidade e registrou menor movimento desde junho de 2021, mas o patamar voltou a crescer e continua o mesmo.
Dados - A análise feita pelo Campo Grande News considerou o "COVID-19: Relatórios de mobilidade da comunidade", um banco de dados elaborado pela Google, a partir de registros anônimos de localização dos usuários dos serviços da empresa de tecnologia.
A partir de tais dados, disponíveis neste link, a reportagem filtrou apenas os que continham informações sobre Mato Grosso do Sul e realizou uma média diária dos índices relacionados à mobilidade urbana da população do Estado, que possua conexão com a internet e esteja conectado em serviços da multinacional.