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Cidades

Em MS, PF estoura cofre e acha diamante na ação contra comércio ilegal de pedras

Mandado foi cumprido em Corumbá nesta quarta-feira, quando foi deflagrada fase ostensiva da investigação

Anahi Zurutuza | 26/04/2023 18:38
PF estourou cofre em Corumbá durante cumprimento de mandado. (Foto: PF/Divulgação)
PF estourou cofre em Corumbá durante cumprimento de mandado. (Foto: PF/Divulgação)

Em cofre estourado no endereço alvo da operação Itamarã, em Corumbá, policiais federais encontraram diamante e outras pedras preciosas. Na cidade a 417 km de Campo Grande, na fronteira sul-mato-grossense com a Bolívia, a PF (Polícia Federal) cumpriu mandado de busca e apreensão em ação contra quadrilha que negocia clandestinamente gemas extraídas no Brasil.

Não foram divulgados mais detalhes sobre o alvo, identificação, participação dele no esquema investigado ou sobre as buscas.

Diamante apreendido pela PR em Mato Grosso do Sul. (Foto: PF/Divulgação)
Diamante apreendido pela PR em Mato Grosso do Sul. (Foto: PF/Divulgação)

Coordenadas pela PF de São Paulo, equipes saíram nesta quarta-feira (26) para cumprir oito mandados de prisão preventiva e vasculhar 42 endereços de integrantes da quadrilha especializada em extração e comércio clandestino das pedras valiosas para o mercado de joias. Além da ordem judicial cumprida em Mato Grosso do Sul, policiais federais também foram em busca de provas contra o bando em endereços em Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais e São Paulo.

Até o fim da tarde de hoje, seis pessoas haviam sido presas – cinco no Brasil (em Piracicaba, em São Paulo e no Distrito Federal) e uma nos Estados Unidos. A Justiça Federal determinou, ainda, o bloqueio de R$ 38 milhões dos investigados.

Mais pedras apreendidas em Corumbá. (Foto: PF/Divulgação)
Mais pedras apreendidas em Corumbá. (Foto: PF/Divulgação)

O esquema - As investigações começaram em 2020, quando informações recebidas pela inteligência da PF em Piracicaba apontaram para a existência de uma organização criminosa que atuaria na extração mineral irregular, receptação qualificada e contrabando de pedras preciosas. No segundo semestre daquele ano, um dos integrantes da quadrilha foi preso no Aeroporto Internacional de Garulhos (SP) transportando diamantes brutos, sem nota fiscal e avaliados em cerca de R$ 350 mil. O destino do investigado era Dubai, nos Emirados Árabes.

Depois disso, nova carga foi interceptada no Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte (MG), pela Receita Federal. Desta vez, eram barras de ouro com destino aos EUA.

Em outro flagrante, integrante da organização foi pego ingressando nos Estados Unidos com cerca de 40 diamantes brutos. A detenção foi realizada com apoio da agência americana HSI (Homeland Security Investigations). Este homem foi preso novamente hoje, no exterior.

De acordo com a PF, até o momento, já há provas que a quadrilha tem atuação em dezenas de países, envolvendo fornecedores, clientes e instituições bancárias utilizadas para a engenharia financeira, com movimentação de valores superiores a R$ 30 milhões, apenas no período que perdura a investigação.

A PF identificou negociações com pessoas na China, Inglaterra, Bélgica, Emirados Árabes, Estados Unidos, Cingapura, França, Canadá, Gana, Namíbia, África do Sul, Espanha, Serra Leoa Suíça, além da estrutura existente no Brasil.

Um dos integrantes da quadrilha foi preso por policiais de agência americana. (Foto: PF/Divulgação)
Um dos integrantes da quadrilha foi preso por policiais de agência americana. (Foto: PF/Divulgação)

Rota do diamante – No fim da manhã de hoje, o delegado Henrique Souza Guimarães, responsável pela operação, explicou que os diamantes eram extraídos em Rondônia, Minas Gerais e em Mato Grosso. Depois, sem lapidação, eram transportados até São Paulo ou para o Paraná em viagens domésticas, de onde descolavam, muitas vezes escondidos no corpo dos passageiros, nos voos internacionais.

Todos os presos hoje são brasileiros. Dois deles, porém, têm dupla nacionalidade – além da brasileira, americana e italiana também.

O próximo passo da investigação é descobrir se o esquema servia a alguma rede internacional de joalheria ou marca famosa de joias. “Há indícios, mas não podemos confirmar nada nesse sentido”, afirmou o delegado em coletiva de imprensa, completando: "Quem estava recebendo, sabia da origem espúria".

O grupo pode responder por organização criminosa e crimes contra a ordem econômica.

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