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Cidades

Embate sobre vacinas da Janssen chega ao MP, que cobra explicações

Campo Grande afirma querer uma distribuição proporcional a todo Estado das quase 200 mil doses que virão

Lucia Morel e Aletheya Alves | 01/07/2021 15:45
Geraldo Resende chegando esta tarde no Ministério Público. (Foto: Paulo Francis)
Geraldo Resende chegando esta tarde no Ministério Público. (Foto: Paulo Francis)

Em nova rodada de discussões sobre a distribuição adequada das doses da vacina da Janssen em Mato Grosso do Sul, agora o Ministério Público Estadual, através da 32ª Promotoria de Justiça da Saúde, quer detalhes do assunto e convocou reunião para esta tarde.

Se de um lado, a Sesau  (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande afirma querer uma distribuição proporcional a todo Estado das quase 207.050 doses que virão, o Estado, através da SES (Secretaria de Estado de Saúde) reforça a necessidade de estudo, firmado com o Ministério da Saúde, para frear o avanço da P1 na região de fronteira.

Chegando para o encontro, o secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, afirmou que se baseia na Ciências e nos especialistas sul-matogrossenses – que pediram o estudo e foram até elogiados pelo ministério pela iniciativa – para realizar a pesquisa. Resende ainda comparou a “crianças” quem deseja “melar” essa pesquisa ou questionar sua necessidade.

“Estamos aqui para elucidar dúvidas que alguns setores possam ter e mostrar que estão totalmente equivocados e se comportam como crianças num time de futebol, que são donas da bolo e do uniforme. Quando não são escalados, não dão a bola nem as camisas e não deixam o jogo acontecer”, lamentou.

O secretário reforçou que não há como desfazer a aplicação de doses da Janssen em 13 cidades de fronteira, já que as vacinas já estão nos municípios em questão. “Não vai ser interrompida, de forma nenhuma”.

Para ele, a tentativa de “melar” o jogo não vence. “Estamos nos espelhando em quem entende de Saúde e Ciência, já outros se baseiam em quem não manja de uma coisa nem outra”, querendo dizer que o município de Campo Grande leva em conta posicionamento da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) para questionar o envio às cidades de fronteira.

Baixar fila - já o secretário municipal de saúde, José Mauro, ponderou que as 207.050 doses poderiam ser distribuídas proporcionalmente aos municípios, como foi feito com as demais vacinas. Com isso, Campo Grande receberia cerca de 40 mil doses, o que poderia baixar a fila de espera pela vacina para 27 anos.

“A pauta da reunião é a nota técnica do Ministério da Saúde que cita estudo em Mato Grosso do Sul, mas não fala em quais municípios. O questionamento é sobre a utilização das vacinas. Não seria mais efetivo distribuir essas quase 200 mil por proporcionalidade?”.

Para ele, a distribuição proporcional seria mais resolutiva e atingiria a alta incidência da doença. “As vacinas já foram distribuídas, mas agora é com o MP apurar as responsabilidades”, citou, lembrando que as cidades de Dourados e Três Lagoas também questionam o estudo.

Matéria editada às 18h25 para correção de informação.

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