De MS, acadêmicos de medicina em MT estão entre as vítimas de calote de 350 mil
Empresa de MT alegou que eventos serão reagendados ou cancelados devido a pedido de recuperação judicial
Quatro estudantes de Mato Grosso do Sul estão entre as vítimas de um calote de até R$ 350 mil aplicado pela empresa Imagem Eventos nos formandos de Medicina da turma de 2025 da Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso), no campus de Cáceres (MT), a 964 km de Campo Grande.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Quatro estudantes de Mato Grosso do Sul foram vítimas de um calote de R$ 350 mil pela empresa Imagem Eventos, que organizaria a formatura de Medicina da Unemat em Cuiabá. A empresa alegou dificuldades financeiras e entrou com pedido de recuperação judicial, cancelando a festa marcada para julho. Estudantes e familiares, que já haviam pago mensalidades e despesas de viagem, enfrentam prejuízos. A comissão de formatura busca alternativas legais e criou uma vaquinha online para viabilizar o evento. Outras turmas também foram afetadas, e a polícia investiga o caso.
Em notificação enviada à comissão de formatura na sexta-feira (31), a empresa alegou que os eventos precisarão ser reagendados ou cancelados, pois entrou com um pedido de recuperação judicial devido à sua situação financeira. A festa estava marcada para 5 de julho deste ano, e muitos familiares de formandos de outras cidades já haviam adquirido passagens e hospedagens para participar da cerimônia.
Um dos estudantes afetados é o campo-grandense Vinicius Lima da Luz, de 25 anos, que está no último ano do curso de Medicina. O pai do jovem, o professor Milton Pereira, de 54 anos, estima que a família teve um prejuízo de até R$ 20 mil. “Desde o início do curso, em 2019, fomos pagando as mensalidades de R$ 400 da formatura, além das ações feitas para arrecadar mais dinheiro”, conta.
Segundo Milton, a comissão de formatura e os pais receberam na sexta-feira (31) um comunicado informando que a festa não aconteceria na data prevista. Diante disso, tentaram contato com os responsáveis pela empresa, mas não obtiveram resposta.
“Todo mundo começou a se mobilizar para entender a situação, só que os telefones pelos quais a gente entrava em contato não respondem mais. Era o mesmo número que sempre enviava as cobranças. É como se tivessem sumido do mapa”, afirma o pai do estudante.
O professor também destaca que o prejuízo vai além do valor pago à empresa, pois inclui remarcações de passagens e hospedagens, já que muitos estudantes têm familiares de outros estados.“Tem gente que alugou casa para ir à formatura. Temos amigos que pagaram passagem e hospedagem para participar, mas agora vão ter que remarcar. Além disso, muitos estudantes são de fora de Mato Grosso”, lamenta.
Na nota de esclarecimento enviada na sexta-feira (31), a Imagem Eventos alegou que, devido aos severos impactos da pandemia da Covid-19 e às restrições impostas à realização de eventos, a empresa “enfrentou uma drástica redução de receitas, enquanto manteve obrigações financeiras expressivas com fornecedores, colaboradores e demais compromissos contratuais”.
Diante disso, ofereceu duas opções aos formandos: reagendamento do evento ou rescisão do contrato, com devolução dos valores pagos “conforme os critérios e condições que serão estabelecidos no processo de recuperação judicial”, segundo o comunicado.
A presidente da comissão de formatura da turma de Medicina de 2025, Marina Alves Pinto, de 25 anos, explica que os estudantes e seus pais irão consultar um advogado para definir os próximos passos. Até o momento, segundo ela, a maioria da turma pretende optar pela rescisão do contrato.
Para tentar contornar a situação, os formandos criaram uma vaquinha online para arrecadar até R$ 350 mil e viabilizar a formatura, que acontecerá em cinco meses. “No meio de tudo isso, ainda estamos tentando estudar. E não queremos desistir desse momento, foram muitos anos de planos e expectativas”, comenta Marina.
Outros casos - O caso da turma de 2025 de Medicina da Unemat não é isolado. Segundo o portal Midianews, de Mato Grosso, outras turmas de Medicina, Direito e Odontologia também teriam sido lesadas pela mesma empresa.
Nas redes sociais, uma estudante da turma de 2021 de Odontologia da Univag Cuiabá relatou que sua formatura foi cancelada apenas 14 dias antes da data prevista para a festa.
Ainda conforme o Midianews, somente na sexta-feira (31), a Decon (Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor) de Mato Grosso registrou mais de 20 boletins de ocorrência contra a empresa, e um inquérito policial foi instaurado para investigar o caso.
A reportagem entrou em contato com o advogado da empresa Imagem Eventos para saber se a empresa pretende se pronunciar. No entanto, até a publicação desta matéria, não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.
[**] Matéria editada às 17h35 do dia 2 de fevereiro para corrigir o nome da cidade de Cuiabá para Cáceres.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.