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Cidades

Ex-delegado foi demitido por fingir investigação e furtar gado

Eder Oliveira Moraes também está preso por participar do sumiço de cocaína e é condenado por estupro

Marta Ferreira | 08/03/2021 16:55
Eder Oliveira Moraes foi demitido do cargo de delegado nesta segunda-feira pela Polícia Civil. (Foto: Reprodução das redes sociais)
Eder Oliveira Moraes foi demitido do cargo de delegado nesta segunda-feira pela Polícia Civil. (Foto: Reprodução das redes sociais)

A decisão administrativa que mandou demitir Eder Oliveira Moraes do cargo de delegado de Polícia Civil de Mato Grosso do Sul foi decorrência de ação criminal em que ele é acusado de peculato. Em resumo, o agora ex-policial se aproveitou do cargo para desviar gado apreendido em meio a investigação de furto em fazenda localizada em Rio Verde de Mato Grosso, no ano de 2013.

Eder, conforme as informações de processo criminal, apenas simulou investigação e depois sumiu com o rebanho, ao todo 68 cabeças. Atuou em parceria com mais três pessoas.

 O que foi levantado é que venderam os animais.

Eles invadiam as propriedades e furtavam de duas a três cabeças de gado por vez. Muitos fazendeiros nem desconfiavam, até porque um furto em uma fazenda com cinco mil cabeças não é fácil de ser percebido”, afirmou o delegado em entrevista ao Campo Grande News neste mesmo ano.

À época, o escândalo sobre o fato era a participação do ex-vereador “Fabinho Borracheiro” no furto de bois. Em processo totalmente separado, o político foi condenado a 4 anos de prisão, no ano passado.

Entenda – Ainda como vereador, Fabinho chegou a ser preso, junto com mais três homens, por integrar o bando. Na sentença de condenação em primeiro grau, são citados furtos de 478 animais em várias propriedades ocorridos desde 2012.

De acordo com as investigações, iniciadas em 2015 na Corregedoria da Polícia Civil, parte desse gado furtado, apreendido durante investigação policial, foi desviada pelo delegado, junto com o investigador já aposentado Edmilson da Silva Galhardo, o capataz de fazenda Fabiano Antonio Vaz Vieira e o cabeleiro Anderson Aparecido Marcelino da Silva. O último homem citado é cunhado do investigador.

A ação ainda está correndo, com audiência marcada para o dia 19 de maio, em Rio Verde.

Ficha extensa – Eder está preso, mas por outros ilícitos. É condenado a 21 anos  de reclusão por estupro de vulnerável, na mesma delegacia de Rio Verde.  A sentença informa que ele cometeu abusos sexuais contra adolescentes infratores apreendidos.

Também é réu em ação por furto de cem quilos de cocaína, na delegacia de Aquidauana, crime descoberto em junho de 2019.

Cumpre a pena na 3ª Delegacia de Policia Civil em Campo Grande, no Bairro Carandá Bosque. Pelos outros dois processos, também é alvo de procedimento administrativo que pode resultar em perda do cargo público.

A defesa dele alega nas ações criminais não haver provas da participação do ex-servidor público. Nascido no interior de São Paulo, servidor público da segurança de Mato Grosso do Sul há duas décadas, Eder Oliveira Moraes tinha salário casa dos R$ 29 mil brutos, em torno de R$ 22 mil líquidos.

Esse tipo de procedimento administrativo pode ser contestado judicialmente e até revertido, como já ocorreu com outros funcionários públicos acusados de crimes.

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