Força-tarefa acaba com mais de 300 focos do mosquito da dengue
Levantamento aponta que 31 bairros da Capital estão em situação de alerta
Agentes da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) realizaram uma força-tarefa na região urbana do Segredo, eliminando mais de 300 focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikugunya. Entre os dias 16 e 26 de novembro cerca de 4,1 mil imóveis foram inspecionados.
Segundo o balanço da coordenadoria, 3.379 depósitos removidos - potenciais criadouros do mosquito, como latas, garrafas, recipientes plásticos, sacolas, entre outros, e 313 focos do mosquito eliminados. Além do trabalho de manejo, os agentes também atuam na orientação dos moradores, reforçando a necessidade da prevenção, considerando que 80% dos focos ainda estão localizados dentro das residências.
“As pessoas têm a falsa impressão de que o problema é o terreno baldio perto da casa dela, mas não é. O risco mesmo está dentro de casa”, afirma a superintendente de Vigilância em Saúde, Veruska Lahdo.
Lahdo lembra ainda que o cuidado nunca é demais. “Se cada pessoa reservar cinco minutos do seu fim de semana para dar uma olhadinha no quintal, certamente estará contribuindo e muito para a sua própria segurança”, completa.
O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, explica que o trabalho é feito de maneira preventiva, tendo como objetivo evitar que haja aumento na proliferação e, consequentemente, nas doenças transmitidas pelo mosquito, com a aproximação do período chuvoso.
“É muito importante agir neste momento para que a gente não sofra com um surto ou até mesmo uma nova epidemia no próximo ano. Apesar de hoje o cenário ser confortável, não podemos baixar a guarda. Estamos fazendo a nossa parte e contamos também com a colaboração da população”, destaca o secretário.
Histórico - Nos últimos 11 meses, Campo Grande registrou mais de 386 casos confirmados de dengue e três óbitos provocados pela doença. Este é o menor número registrado no período dos últimos cinco anos. De acordo com dados da prefeitura, no mesmo período do ano passado, foram mais de 13 mil casos confirmados e sete óbitos, o que representa uma redução de mais de 95%.
Pandemia - Mesmo durante a pandemia, as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti continuaram. Além das visitas domiciliares dos agentes de endemias, diariamente os bairros com maior incidência de notificações recebem a borrifação de inseticida, conhecido popularmente como “Fumacê”.
Dentre as ações de combate à dengue, também está a implantação do projeto Wolbachia, que iniciou no mês passado a terceira fase de soltura dos mosquitos com a bactéria, que está presente em diversos insetos no meio ambiente, com objetivo de fazer o controle da dengue, Zika e chikungunya.
Infestação pelo Aedes - Segundo Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti realizado neste mês de novembro, quatro bairros se destacaram com risco de infestação do mosquito e outros 31 em situação de alerta. As informações foram obtidas entre 01 e 12 de novembro.
Conforme o levantamento, as áreas mais críticas são as da USF Iracy Coelho e da UBS Pioniera, ambas com Índice de Infestação Predial (IPP) de 5,7%, seguidas da USF Silvia Regina, 5,4% e da USF Vila Corumbá, 4,8%. O índice é considerado crítico quando ultrapassa 3,9%. Outros 31 bairros estão em situação de alerta, com índice de 1 a 3,9%, e 36 apresentam índices satisfatórios, abaixo de 1%.
O levantamento aponta ainda que o maior número de focos são encontrados em pequenos depósitos de água, como garrafas, vasos de plantas, embalagens plásticas, entre outros.